No domingo 23 aconteceram as eleições antecipadas na Espanha. Confirmando o favoritismo indicado pelas pesquisas eleitorais, o conservador Partido Popular (PP), de Alberto Nuñez Feijóo, foi o mais votado.
No entanto, a coalizão conservadora não conseguiu a maioria necessária para formar o governo.
O PP tem vantagem sobre o Partido Socialista (PSOE) do atual primeiro-ministro, Pedro Sánchez, e com esse resultado, o PP obteria 136 cadeiras no Parlamento espanhol, contra 122 do PSOE. Já o partido de direita Vox está em terceiro lugar com 33 assentos, e a coalizão de extrema-esquerda Sumar está em quarto lugar, com 31.
Apesar do aumento de 47 cadeiras, o PP teve resultado inferior ao previsto pelas principais pesquisas divulgadas. O PSOE surpreendeu e ganhou duas cadeiras, o Sumar fez 153 deputados, quatro a mais do que o esperado. Enquanto isso, o Vox perdeu 19 assentos.
Somados, PP e Vox receberam pouco mais de 11 milhões de votos, contra 10,7 milhões de PSOE e Sumar.
O Parlamento espanhol
O Congresso dos Deputados da Espanha tem 350 assentos. Dessa forma, são necessários 176 para obter a maioria. Com os resultados atuais, nenhum dos dois grandes partidos consegue governar sozinho.
Essa situação pode forçar novas eleições ou até mesmo a formação de um rearranjo de siglas sob o comando dos socialistas. Apesar de vencer, é muito difícil para Feijóo se tornar o próximo primeiro-ministro da Espanha.
“Tivemos mais votos. É uma anomalia o partido mais votado não ter o direito de governar”, afirmou Alberto Nuñes Feijóo em seu primeiro discurso depois da apuração.
“Na quarta economia do euro, é imprescindível que o primeiro-ministro seja aquele que teve mais votos”, disse Feijóo. “Na história da Espanha, todos os mais votados governaram. Todos. Inclusive Sánchez. Todos governaram ganhando as eleições. Nenhum governou após perdê-las.”
Espanha dividida
As eleições estavam previstas para dezembro, no fim da legislatura, mas foram antecipadas por Sánchez na sequência da derrota da esquerda nas disputas municipais e regionais de 28 de maio.
As coalizões dependem agora das siglas menores para tentar formar um governo fragmentado, sob risco de instauração de um governo provisório, apenas para convocação de uma nova eleição, em dezembro.
O Junts, partido fundado por Carles Puigdemont, que tentou organizar um referendo pela independência da Catalunha em 2017, tem sete assentos que serão muito disputados. A líder do Junts, Miriam Nogueras, deixou claro que a eventual participação do partido no governo de Sánchez “não sairia barato”.
Fonte: revistaoeste