O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou, nesta terça-feira, 5, a demissão do ministro da Defesa, Yoav Gallant. Ele será substituído por Israel Katz, atual ministro das Relações Exteriores.
Netanyahu citou uma “crise de confiança”, que se intensificou ao longo do tempo, especialmente desde o início da guerra contra o Hamas, a partir de 7 de outubro último, informa o The Jerusalem Post.
A relação entre eles se deteriorou nos últimos meses. Gallant vinha criticando Netanyahu por considerar que, durante a guerra travada contra o Hamas, ele tomava decisões baseadas em considerações políticas.
O novo ministro da Defesa será Israel Katz, que até então ocupava o cargo de ministro das Relações Exteriores. Gallant e Katz fazem parte do Likud, partido do primeiro-ministro, mas Netanyahu tem se mostrado mais próximo de Katz.
Gallant havia expressado preocupações sobre a resposta de Israel em Gaza. A demissão reflete o ambiente político delicado que o país enfrenta. O governo agora está sob nova liderança no Ministério da Defesa, enquanto as hostilidades continuam.
“Infelizmente, embora nos primeiros meses da campanha houvesse essa confiança, nos últimos meses essa confiança se deteriorou”, destacou o primeiro-ministro em seu discurso oficial.
“Gaps [diferenças] significativos surgiram na gestão da campanha militar, e essas lacunas foram acompanhadas por declarações e ações que contradiziam as decisões do governo.”
Para o primeiro-ministro, a situação estava prejudicando o país na luta contra o Irã e seus aliados Hamas, Hezbollah e outros grupos.
“Nossos inimigos se beneficiaram disso.”
Segurança de Israel
A mudança pode também facilitar a busca de Netanyahu por uma isenção de serviço militar para estudantes haredi (linha ortodoxa), um tema controverso.
Também não foi coincidência a decisão de Netanyahu de demitir Gallant no dia das eleições nos Estados Unidos. O ato foi visto como uma estratégia para evitar repercussões políticas de maior dimensão interna.
Fontes revelaram ao Post que planejava essa demissão depois de uma visita aos EUA, mas a crescente tensão na região e a necessidade de estabilidade urgente anteciparam o anúncio. Os Estados Unidos, por sua vez, expressaram apoio a Gallant, com elogio do secretário de Defesa, Lloyd Austin, sobre seu papel na relação entre os dois países.
A demissão de Gallant tem como premissa básica uma mudança no comando militar israelense. No entanto, também reflete o complexo cenário político em Israel e as dinâmicas de poder internas. Tudo isso em um momento crítico para a segurança nacional.
Fonte: revistaoeste