A Coreia do Norte disparou ao menos 23 mísseis ao mar nesta quarta-feira, 2, incluindo um que caiu a ao menos 60 quilômetros da costa da Coreia do Sul, em um avanço inédito entre as tensões dos dois países, descrito pelo presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, como “invasão territorial”.
Os disparos, que representam o maior número de mísseis por Pyongyang em um único dia, também representam a primeira vez que um míssil balístico cai perto de águas sul-coreanas dede que a península foi dividida, em 1945. Tecnicamente, os dois países ainda estão em guerra, à medida que o conflito de 1950 a 1953 terminou em uma trégua, e não em um tratado de paz.
O projétil lançado nesta quarta caiu fora de águas territoriais sul-coreanas, mas ao sul da fronteira marítima disputada entre os dois países.
Em resposta, a Coreia do Sul iniciou alertas de ataques aéreos e lançou mísseis próprios em resposta.
+ Por que a Coreia do Norte está disparando tantos mísseis
A Coreia do Norte vem testando um número recorde de projéteis neste ano, e autoridades de Seul e Washington afirmam que Pyongyang já encerrou preparações técnicas para conduzir um teste de arma nuclear pela primeira vez desde 2017.
No começo de de outubro, a KCNA, agência de notícias estatal norte-coreana, relatou que uma recente enxurrada de testes de mísseis foi projetada para simular ataques ao Sul com armas nucleares táticas. O aviso ocorreu após a Coreia do Sul e os Estados Unidos realizarem exercícios navais em larga escala.
Os exercícios simularam ataques a instalações de comando militar, principais portos e aeroportos na Coreia do Sul, acrescentou a KCNA.
“A eficácia e a capacidade prática de combate de nossa força nuclear foram totalmente demonstradas, pois está completamente pronta para atingir e destruir alvos a qualquer momento e em qualquer local”, relatou a agência.
Um dos testes de outubro, envolvendo um míssil balístico de alcance intermediário, sobrevoou o norte do Japão, pela primeira vez desde 2017. A TV japonesa Asahi, citando uma fonte não identificada do governo, disse que o míssil caiu no mar 3 mil quilômetros a leste do Japão, após um voo de 22 minutos.
Se a Coreia do Norte retomar os testes nucleares, isso pode incluir o desenvolvimento de ogivas “táticas” menores, destinadas ao uso no campo de batalha e projetadas para caber em mísseis de curto alcance, como os testados recentemente. Autoridades sul-coreanas e americanas dizem que há sinais de que a Coreia do Norte poderá detonar em breve um novo dispositivo nuclear em túneis subterrâneos no local de testes nucleares de Punggye-ri, que foi oficialmente fechado em 2018.
Fonte: Veja