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Kiev rejeita trégua de Putin como ‘farsa para impedir avanços ucranianos’

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou em seu discurso noturno de quinta-feira 5 que Kiev não acataria a uma trégua de 36 horas anunciada pelo líder russo, Vladimir Putin, cobrindo o período da celebração do Natal ortodoxo russo. Segundo Zelensky, o pedido de cessar-fogo do inimigo era um “disfarce” para impedir avanços militares ucranianos.

Na quinta-feira, Putin ordenou que seu ministro da Defesa impusesse um cessar-fogo a partir do meio-dia desta sexta-feira, 6, até a meia-noite de sábado, 7, da local. A Rússia comemora o Natal no 7 de janeiro porque ainda segue o calendário juliano, 13 dias atrasado em relação ao calendário gregoriano, adotado pelo Ocidente.

Longe de ser um freio na escalada da guerra, a medida foi adotada após apelos do líder da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca Cirilo I de Moscou. No início da quinta-feira, ele pediu um cessar-fogo para que fiéis que moram em áreas de conflito pudessem participar dos cultos do Natal ortodoxo.

Quando Putin pediu à Ucrânia que retribuísse a trégua, contudo, Kiev rapidamente rejeitou o pedido. Zelensky disse que a Rússia queria usar a oferta como disfarce para impedir os avanços ucranianos na região leste de Donbass, bem como levar escondidos mais soldados e equipamentos à região.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, quando as propostas de paz vinham do presidente Zelensky, Moscou repetidamente as ignorou, como ocorreu no bombardeio russo de Kherson em 24 de dezembro e os ataques na véspera de .

Já o presidente dos Estados Unidos, , disse acreditar que Putin estava simplesmente “tentando encontrar um pouco de oxigênio”.

O cessar-fogo do Kremlin se encaixa com uma narrativa comum em Moscou, que visa principalmente o público doméstico. Ou seja – que os russos são os mocinhos, e é a Ucrânia e o Ocidente que estão ameaçando a Rússia.

A trégua também é uma ferramenta útil que pode ser usada para demonizar a Ucrânia. Como os ucranianos rejeitaram a proposta, Moscou poderá alegar que não respeita os fiéis ortodoxos e não deseja a paz.

+ Rússia culpa seus próprios soldados por sucesso de ataque da Ucrânia

A medida também ocorre poucos dias depois que um grande número de soldados russos foi morto em um ataque ucraniano em um quartel temporário na cidade ucraniana ocupada de Makiivka. O ministério da Defesa russo estimou o número de mortos em 89, maior quantidade de baixas já admitida por por Moscou desde o início da guerra.

Parentes dos mortos, assim como alguns políticos e comentaristas, ficaram frustrados e culparam oficiais militares incompetentes. O incidente aconteceu na véspera de – o feriado mais importante do calendário russo.

Fonte: Veja

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