O Irã conseguiu contrabandear ao menos US$ 150 milhões para o Hamas em seis anos, segundo artigo desta segunda-feira, 21, publicado no jornal Haaretz. O contrabando driblou a vigilância da inteligência israelense e foi determinante para a realização do ataque de 7 de outubro.
O financiamento iraniano foi essencial para permitir que o grupo terrorista Hamas se armasse e planejasse a ação no sul de Israel, segundo o jornal.
Essa rede de contrabando operava através de intermediários no Líbano, na Síria e até mesmo na Turquia. Utilizava métodos como criptomoedas e outras formas de movimentação financeira clandestina.
“O fracasso da inteligência israelense em detectar essas movimentações massivas de dinheiro foi um dos maiores erros que possibilitaram o ataque de outubro de 2023”, afirnou o articulista Yossi Melman.
Ele também critica o foco desviado da inteligência: “Enquanto a inteligência se concentrava em ameaças mais imediatas, o Hamas estava silenciosamente se armando com a ajuda financeira do Irã.”
Melman também destacou que a Mossad, a agência de inteligência israelense, e outras entidades de segurança falharam em interromper essas transferências, mesmo tendo conhecimento das atividades financeiras do Hamas desde 2018.
Entre 2014 e 2020, foram contrabandeados aproximadamente US$ 150 milhões. Parte desse montante foi encontrada em túneis em Gaza, o que evidencia como o grupo terrorista usava esse dinheiro para armazenar recursos para sua liderança e financiar suas operações militares.
“O Irã, com a ajuda de facilitadores no Líbano e na Síria, conseguiu contrabandear mais de US$ 150 milhões para o Hamas entre 2014 e 2020, sem que Israel percebesse.”
Falhas da inteligência contribuíram para Irã ajudar Hamas
Essas falhas, segundo Melman, criaram as condições para o Hamas construir seus túneis e acumular armamentos. Neste momento, a inteligência israelense tem mostrado que aprendeu a lição. Voltou a atuar com foco total, sem desconsiderar nenhuma possibilidade, mesmo a mais remota.
Desta maneira, tem desbaratado algumas iniciativas do Hezbollah e do Hamas, como a utilização de espiões israelenses para dar informações estratégicas ao Irã.
Além disso, a estratégia militar utilizada nos ataques contra o Hezbollah foram eficientes para confundir o grupo. Um dos pontos determinantes ocorreu nos dias 17 e 18 de setembro, quando, antes de iniciar a incursão, explosões de pagers e walkie-talkies de militantes do Hezbollah trouxeram perdas e deixaram o grupo sem ação.
Fonte: revistaoeste