Os incêndios florestais que atingiram o Canadá, em 2023, transformaram o país em um dos maiores emissores de carbono do mundo, conforme revelou um estudo publicado na Revista Nature, nesta quarta-feira, 28.
Tais queimadas geraram mais emissões de carbono do que quase todos os países que queimam combustíveis fósseis em todo o planeta. Apenas China, Estados Unidos e Índia superaram essas emissões.
Historicamente, as florestas boreais têm ajudado a armazenar carbono. Contudo, o clima quente e seco que alimentou os incêndios de 2023 é um sinal de que esse cenário de queimadas pode se tornar comum e recorrente no futuro.
“Isso traz muitas preocupações sobre se esses incêndios ocorrerão com mais frequência”, afirmou Brendan Byrne, cientista do ciclo do carbono na Nasa. “Isso poderia ter um grande impacto na capacidade dessas florestas de armazenar carbono.”
Impacto dos incêndios nas florestas
As florestas absorvem cerca de um quarto das emissões globais de carbono, mas estão sempre em plena mudança, a qual os cientistas ainda tentam entender. Partes das matas do Canadá não estão se regenerando depois dos incêndios como antes, devido à intensidade e frequência das chamas.
Os incêndios de 2023, especificamente, podem causar uma falha significativa na regeneração, porque destruíram grandes áreas de floresta jovem.
No ano passado, uma área equivalente ao tamanho dos Países Baixos queimou pela segunda vez em 50 anos, segundo o Ministério de Recursos Naturais do Canadá. Algumas áreas queimaram pela segunda vez em apenas 10 ou 20 anos.