Um tribunal francês condenou nesta terça-feira, 13, oito pessoas por ligações com o terrorista que avançou com um caminhão contra uma multidão que comemorava o Dia da Bastilha em Nice, em 2016. Cerca de 40 mil pessoas estavam reunidas no local durante o atentado, que deixou 86 mortos e mais de 450 feridos.
Durante três meses e meio de julgamento, o tribunal de Paris escutou os testemunhos dos sobreviventes do segundo massacre mais mortal da França. Testemunhas descreveram que a orla marítima da cidade da Riviera se assemelhava a uma “zona de guerra”. Por volta das 22h30 de 14 de julho de 2016, o motorista Mohamed Lahouaiej-Bouhlel desceu a Promenade de Anglais, famosa avenida da cidade, em zigue-zague, tentando deliberadamente atropelar aqueles que acompanhavam a queima de fogos.
Os promotores do caso reconheceram que nem todos os acusados tinham uma conexão clara com o atentado ou sabiam das intenções do autor do ataque. A dupla mais próxima de Lahouaiej-Bouhlel, Chokri Chafroud e Mohamed Ghraieb, foi condenada a 18 anos de prisão. A promotoria acusou ambos de terem um “relacionamento intenso” com o culpado. Ghraieb, por exemplo, conhecia o motorista há 15 anos.
Já Ramzi Arefa, de 27 anos, foi condenado a 12 anos de prisão por ter envolvimento direto com o crime por ter fornecido maconha, cocaína e uma arma ao motorista. Seis minutos antes de começar o ataque, Arefa recebeu uma mensagem de texto de Lahouaiej-Bouhlel que pedia mais cinco armas para “Chokri e seus amigos”.
Já os outros cincos réus, que também foram julgados por ligação com o crime, foram apontados como culpados por estarem “associados a um criminoso com o objetivo de cometer um crime”. Eles foram condenados a penas de dois a oito anos.
+Vídeo: motorista acelerou 2 km antes de ser morto em Nice
Todos os suspeitos negaram conhecimento e envolvimento no ataque, incluindo Chafroud, Ghraieb e Arefa, os três mais próximos ao autor do ataque. No entanto, foram fotografados com ele no caminhão no dia anterior. A defesa deles afirmou que ambos acreditavam que aquele era o local de trabalho do culpado pelo atentado.
O caso foi o terceiro grande ataque terrorista em solo francês dentro do espaço de um ano e meio. Em janeiro de 2015, os irmãos Said e Cherif Kouachi mataram 12 pessoas na redação do jornal satírico Charlie Hebdo. Os extremistas foram cercados e mortos pela polícia dois dias depois. Em novembro de 2015, no maior atentado terrorista da história da França, 130 pessoas morreram em uma série de ataques coordenados em Paris. O Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado.
Apesar dos investigadores franceses não conseguirem estabelecer uma conexão entre o Estado Islâmico e o motorista, o grupo extremista assumiu a responsabilidade pelo ataque em Nice.
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Fonte: Veja