O Pentágono informou que militares dos Estados Unidos realizaram vários ataques aéreos na Síria na noite de quinta-feira, 23, contra grupos alinhados ao Irã. Washington culpa as milícias iranianas por um ataque de drone que matou um empreiteiro americano, feriu outro e também feriu cinco soldados.
Tanto o ataque contra os americanos, que ocorreu em uma base da coalizão perto de Hasakah, no nordeste da Síria, quanto a retaliação foram divulgados pelo Pentágono ao mesmo tempo na noite de quinta-feira.
Autoridades de inteligência dos Estados Unidos avaliaram que o drone de ataque unilateral era de origem iraniana, uma conclusão que pode agravar ainda mais as relações já tensas entre Washington e Teerã.
Embora as forças dos Estados Unidos na Síria tenham sido alvo de drones antes, fatalidades são extremamente raras. Desta vez, além de uma morte, três militares precisaram fazer uma retirada médica para o Iraque, onde está uma coalizão liderada por Washington, que luta contra os remanescentes do Estado Islâmico. Os outros dois soldados americanos feridos foram tratados na base no nordeste da Síria.
O secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, disse que os ataques de retaliação foram realizados sob a direção do presidente Joe Biden e visaram instalações usadas por grupos afiliados ao Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos do Irã.
“Os ataques aéreos foram conduzidos em resposta à agressão de hoje, bem como a uma série de ataques recentes contra as forças da Coalizão na Síria por grupos afiliados ao Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos do Irã”, disse Austin em um comunicado. “Nenhum grupo atacará nossos soldados impunemente”, acrescentou.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, grupo que monitora a guerra na Síria, disse que os ataques dos Estados Unidos deixaram oito combatentes pró-iranianos mortos. Já a Press TV, rede estatal do Irã, disse que nenhum de seus combatentes morreu.
A Press TV informou ainda que “os grupos de resistência [sírios e iranianos] se reservam o direito de responder ao ataque americano e tomarão medidas recíprocas”.
Militares dos Estados Unidos na Síria foram atacadas por grupos apoiados pelo Irã cerca de 78 vezes desde o início de 2021, de acordo com o general do Exército Erik Kurilla, que supervisiona os batalhões americanos no Oriente Médio como chefe do Comando Central.
As bases americanas no Iraque, onde também há presença de grupos pró-iranianos, também sofreram ataques de drones e foguetes nos últimos anos.
Fonte: Veja