Para se ajustar às leis europeias e se concentrar na fabricação de carros elétricos, a Ford anunciou uma demissão em massa. Nos próximos três anos, a companhia vai demitir 11% da força de trabalho na Europa, medida que faz parte do processo de transição para fabricar apenas carros movidos a eletricidade nos países europeus a partir de 2035.
Neste ano, de acordo com projeto de regulamentação aprovado nesta terça-feira, 14, no Parlamento Europeu, a venda de veículos novos com motores a diesel e gasolina será proibida.
No total, a Ford vai cortar 3,8 mil empregos. O maior corte será na Alemanha, onde 2,3 mil vagas devem ser eliminadas. Entretanto, o maior sindicato metalúrgico do mundo, o IG Metall, na Alemanha, estima que as demissões no país poderão chegar a 3,2 mil. No Reino Unido, 1,3 mil trabalhadores devem ser afetados.
Ao mesmo tempo em que anunciou as demissões na Europa, a montadora informou que vai construir uma nova fábrica especializada em baterias em Michigan, Estado considerado o “coração da indústria automotiva norte-americana. A tecnologia empregada será a da empresa chinesa CATL, a maior fabricante de baterias para carros elétricos do mundo.
Em nota, Martin Sander, gerente do setor de carros elétricos da Europa, disse que abrir caminho para um futuro sustentável e lucrativo requer “ações amplas e mudanças na forma como desenvolvemos, construímos e vendemos veículos”, o que afetará a estrutura organizacional e as habilidades necessárias no futuro.
A Ford já havia informado que a complexidade reduzida dos carros elétricos levaria a equipes menores de desenvolvimento de produtos. A empresa pretende bater US$ 3 bilhões em economia por ano, ao mesmo tempo em que investe mais de US$ 50 bilhões em veículos elétricos até 2026.
No fim de 2022, a Ford tinha 173 mil funcionários em todo o mundo e cerca de 35 mil postos de trabalho na Europa. Há a pretensão de que as reduções sejam oficializadas por meio de acordos voluntários.
Fonte: revistaoeste