Em face do Dia Internacional das Mulheres, celebrado no último sábado (8), a União Brasileira dos Compositores (UBC) divulgou um levantamento que aponta a desigualdade de gênero dentro do mercado musical. Dentre diversas informações, o relatório aponta que mulheres recebem apenas 10% dos direitos autorais distribuídos no Brasil.
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Foto: UBC
A edição de 2025 do “Por Elas Que Fazem Música”, estudo promovido pela UBC, apresenta um retrato alarmante da condição das mulheres dentro do mercado musical brasileiro. De acordo com o levantamento, mulheres recebem apenas 10% do total de direitos autorais distribuídos no país. Entre os 100 maiores arrecadadores da UBC, apenas 12 são mulheres.
Ao analisar a distribuição de renda entre as mulheres por categoria, observa-se que as autoras se destacam, concentrando 73% do total recebido pelas mulheres. Em contrapartida, as versionistas registraram a menor participação, representando apenas 0,5% da arrecadação. Já as intérpretes corresponderam a 22,5%, as músicas executantes a 2,5% e as produtoras fonográficas a 1,5%. Ou seja, a presença feminina ainda precisa ser fortalecida em diversas áreas do setor.
Foto: UBC
Apesar de tudo, um avanço foi destacado no relatório. Em 2024, a artista mais bem posicionada subiu oito lugares em relação a 2023 e alcançou a 13ª colocação, um indicativo de que, ainda que lentamente, mudanças começam a acontecer.
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Discriminação de gênero e assédio
Além da disparidade em relação ao setor financeiro, o relatório ainda escancara a discriminação e assédio contra mulheres dentro do ambiente de trabalho. Os números, que são relativos a 2024, indicam que 76% das mulheres afirmam já ter sofrido discriminação de gênero no mercado da música, enquanto 66% relatam ter sido alvo de assédio no ambiente profissional.
Foto: UBC
A percepção de desigualdade também é abordada no estudo da UBC. O relatório indica que 97% das participantes do estudo acreditam queos homens recebem mais oportunidades ou são favorecidos no trabalho em comparação às mulheres, e 90% das entrevistadas já vivenciaram situações em que suas habilidades ou talentos foram subestimados simplesmente por serem mulheres.
Mila Ventura, gerente de comunicação da UBC e coordenadora do projeto “Por Elas Que Fazem a Música”, confirma que o estudo é um retrato fiel da realidade feminina no mercado musical:
“Expandir, produzir e arrecadar são passos fundamentais para impulsionar essa transformação. Os números mostram que 90% das mulheres já tiveram seus talentos subestimados na indústria musical, um dado que, infelizmente, não surpreende. A UBC permanece firme ao lado das mulheres, trabalhando incansavelmente para garantir que elas tenham voz, reconhecimento e oportunidades iguais,” disse ela.
A pesquisa Por Elas Que Fazem a Música 2024 está disponível na íntegra no site da UBC.
Fonte: portalpopline