O protagonismo feminino na economia dos Estados Unidos nunca foi tão evidente quanto nos últimos anos. De acordo com um estudo do Bank of America publicado há algumas semanas, as mulheres impulsionam o crescimento do consumo, conquistam cada vez mais espaço no mercado de trabalho e consolidam-se como um pilar essencial para a economia do país.
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O levantamento mostra que o consumo das mulheres tem superado o dos homens nos últimos anos. Desde 2019, o crescimento médio do consumo discricionário delas tem sido maior que o dos homens, segundo o estudo.
Esse consumo inclui despesas com restaurantes, reformas domiciliares, serviços profissionais e públicos, lazer, compras no varejo, transporte, turismo e bem-estar pessoal e familiar. A resiliência do consumo feminino é crucial para a economia dos EUA, uma vez que ele representa cerca de 70% do Produto Interno Bruto () do país.
O estudo também destaca que elas têm sido fundamentais na expansão do mercado de trabalho. “O crescimento do emprego entre as mulheres continua a superar a média nacional”, afirma o relatório. Embora a taxa de crescimento do emprego feminino tenha desacelerado desde os níveis pré-pandemia, ainda há espaço para recuperação.
Setores tradicionalmente dominados por mulheres, como serviços sociais, cuidados pessoais, saúde, educação e lojas de vestuário, tiveram um crescimento acentuado na folha de pagamento desde 2023. Esses setores superaram o ritmo de crescimento geral do mercado de trabalho e impulsionaram a empregabilidade feminina.
Mulheres buscam mais educação formal
A educação também é um diferencial. “As mulheres entre 25 e 34 anos continuam mais propensas a ter um diploma de bacharel do que os homens da mesma faixa etária”, diz o documento. No total, 47% das mulheres dessa faixa etária possuem um diploma universitário, contra 37% dos homens.
Outro fator de destaque é o aumento da renda anual das mulheres, que cresceu em ritmo superior ao dos homens nos últimos anos. “As mulheres que mudam de emprego têm recebido aumentos salariais relativamente mais altos do que os homens desde 2019”, revela o estudo.
Apesar desse avanço, a disparidade salarial persiste. Em 2022, a renda mediana delas ainda representava 83% da dos homens. No entanto, os aumentos salariais obtidos por mulheres que trocam de emprego sugerem um progresso na redução dessa diferença, impulsionado por maiores oportunidades em cargos com melhor remuneração.
Mesmo com todos esses avanços, o estudo diz que o potencial econômico das mulheres ainda não foi plenamente realizado. Segundo o , elas são mais propensas do que a população em geral a reduzir seus gastos por causa das condições econômicas.
A desaceleração no crescimento do emprego feminino também é um ponto de atenção. “É essencial que os ganhos econômicos das mulheres não apenas se sustentem, mas se ampliem, com iniciativas voltadas para a educação continuada e maior participação feminina no mercado de trabalho”, defende o texto.
Fonte: revistaoeste