O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) ironizou o envolvimento do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (), na elaboração de uma nota do Itamaraty em resposta a crĂticas do governo dos Estados Unidos.
âMoraes jĂĄ Ă© vĂtima, investigador e julgadorâ, disse o parlamentar, ao jornal Folha de S.Paulo. âAgora tambĂ©m quer ser diplomata. Ă um pĂ©ssimo diplomata, jĂĄ que o trabalho do Itamaraty seria distensionar o ambiente. Decidiram o contrĂĄrio, contra-atacar.â
O governo brasileiro decidiu emitir o comunicado depois de o Departamento de Estado dos EUA publicar uma nota com crĂticas ao STF. O ĂłrgĂŁo norte-americano afirmou que medidas de censura, como as determinadas por Moraes a plataformas como Rumble, sĂŁo incompatĂveis com os valores democrĂĄticos.
O Itamaraty nĂŁo gostou das crĂticas do governo norte-americano. Na Ășltima quarta-feira, 26, o MinistĂ©rio das RelaçÔes Exteriores emitiu um comunicado em que ârejeita firmemente qualquer tentativaâ dos EUA de âpolitizar decisĂ”es judiciaisâ brasileiras. Segundo a Folha, Moraes ajudou na elaboração da nota.
AlĂ©m disso, a pasta afirmou que a declaração do Departamento de Estado dos EUA âdistorce o sentido das decisĂ”es do STF, que visa a garantir a aplicação das leis brasileirasâ. Para o governo brasileiro, âa liberdade de expressĂŁo deve ser exercida de acordo com as leis aplicadas no Brasilâ.
Na Ășltima sexta-feira, 21, Moraes ordenou o bloqueio da plataforma de vĂdeos Rumble no Brasil. A decisĂŁo do ministro ocorreu depois de a empresa nĂŁo indicar um representante legal no paĂs.

No entanto, o Marco Civil da Internet, em vigor desde 2014 e sancionado pela entĂŁo presidente, Dilma Rousseff (PT), .
A obrigatoriedade de um representante legal no Brasil estå prevista no artigo 32 do Projeto de Lei 2.630/2020, conhecido como PL da Mordaça. A proposta, contudo, ainda tramita no Congresso Nacional.
Fonte: revistaoeste