O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que “alguns” da imprensa “querem transformar o Supremo na revista Caras”. Ele deu a declaração durante julgamento do núcleo 4 da suposta tentativa de golpe na 1ª Turma.
Moraes fez a fala depois de uma declaração do ministro Luiz Fux, o qual negou que faça “alguma frente” contra o magistrado. “Porque, na verdade, eu estou aqui mantendo pontos de vista que me parecem que são os adequados à luz da minha visão de Direito Penal”, sinalizou Fux.
Na sequência, Moraes disse: “Até aproveito as falas do ministro Fux para cumprimentar a imprensa, aqui presente, parabenizar a imprensa pelo trabalho, ministro Fux”.
“99,9% do trabalho da imprensa é esse trabalho sério de todos aqueles que estão aqui”, prosseguiu. “Alguns querem transformar o Supremo na revista Caras, então tiram foto da minha gravata, do terno do ministro Flávio Dino. Querem fazer intriga e, obviamente, como Vossa Excelência disse, isso não é levado em conta aqui. Porque é um órgão exatamente para cada um debater, discutir e apontar a sua posição.”
A 1ª Turma do STF começou a julgar nesta terça-feira, 6, a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os integrantes do chamado núcleo 4 — um dos grupos investigados por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.
As denúncias referentes aos núcleos 1 e 2, que incluem o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados próximos, já foram analisadas e resultaram na abertura de ações penais, tornando os investigados réus no processo.
Segundo a PGR, os sete acusados do núcleo 4 teriam participado de ações coordenadas com o objetivo de disseminar desinformação e atacar a legitimidade do processo eleitoral. São eles:
- — major da reserva;
- — major da reserva;
- — engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;
- — subtenente do Exército;
- — tenente-coronel do Exército;
- — agente da Polícia Federal e ex-integrante da Abin;
- — coronel do Exército.
A Procuradoria afirma que todos atuaram de forma articulada para desacreditar o sistema eleitoral e criar um ambiente propício à ruptura institucional.
Fonte: revistaoeste