omem pode usar ? As publicações de ‘normalizando maquiagem masculina no Brasil‘ somam mais de 15 milhões de visualizações no , o que demonstra uma discussão avançada a cerca desse tema; no entanto, tabus e preconceitos ainda giram em torno dele com frequência. O modelo e influenciador Cadu Lindner, por exemplo, passou a receber comentários de ódio e deboche desde quando começou a compartilhar vídeos fazendo a própria maquiagem.
“Quando eu decidi gravar esses vídeos pela primeira vez, eu sabia que o pessoal ia estranhar muito se visse um homem se maquiando em público. Então, eu peguei justamente para dar uma cutucada na ferida, porque eu acho que é algo que deveria normalizar mesmo”, conta Cadu Lindner em entrevista à .
O modelo chega a comparar a situação ao inverter os gêneros. “Se fosse uma mulher se maquiando em público, não estranhariam tanto”, completa. A maioria dos comentários dizem não existir mais ‘homens de verdade’ em 2024 e até o colocam como um homem gay, o que revela um pensamento homofóbico e retrógrado, além de machista, uma vez que a maquiagem, ao ser reduzida a ‘coisa de mulher’, é tratada em um tom inferior por ser uma prática tradicionalmente considerada feminina pela sociedade.
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@cadulindner
“Eu acho que o pessoal só não tem a mente muito aberta ainda, é tudo um processo de desconstrução”, declara Cadu, que ainda cita Damiano David, vocalista italiano da banda Maneskin, como uma de suas inspirações. Além dos looks estilosos, a maquiagem do cantor sempre conta com lápis de olho preto para deixar o olhar mais marcado.
O influenciador brasileiro faz uma comparação com artistas e modelos, que costumam usar maquiagem, seja para apresentações, fotografias ou mesmo na rotina. Entretanto, a internet prova que o preconceito ainda existe, tanto de uma geração jovem como de outra que parece ter se esquecido de que tiveram ídolos que não expressavam uma masculinidade frágil, pelo contrário, se maquiavam e se produziam, como David Bowie, Kurt Cobain e Mick Jagger.
Apesar do gosto por visuais mais artísticos, a maquiagem está presente no dia a dia de Cadu Lindner de forma mais básica. “Realço alguns pontos do rosto com iluminador, um gloss que dá uma hidratada gostosa na boca, penteio a sobrancelha. Passo também um corretivo se tiver alguma espinha e, para não ter aquela ‘cara de morto’, um blush nas bochechas e em cima do nariz para dar uma corada”, revela.
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@cadulindner
Tudo surgiu para ele como uma forma de elevar sua autoestima quando tinha 14 anos. Começou a usar o corretivo para cobrir as espinhas na fase da puberdade e foi desenvolvendo o gosto por cuidar da própria aparência.
Cadu Lindner reforça que a prática da maquiagem masculina fala muito sobre autocuidado e vê-la como um tabu só ajuda a propagar uma ideia de masculinidade frágil.
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Fonte: capricho
