O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, classificou os apelos mundiais por um cessar-fogo na como uma “campanha distorcida”. Durante uma coletiva em Jerusalém nesta terça-feira, 29, ele reforçou o posicionamento contrário a qualquer acordo enquanto o grupo terrorista estiver no comando do território.
Saar afirmou que encerrar as operações militares sem a remoção do grupo terrorista representaria “uma tragédia tanto para israelenses quanto para palestinos”. Ele questionou o sentido dos atuais pedidos por cessar-fogo.
“Quando pedem para encerrar esta guerra, o que isso significa realmente? Encerrar a guerra enquanto o Hamas continua no poder em Gaza?”, questionou Gideon Saar durante a coletiva.
O líder da diplomacia israelense também rejeitou a possibilidade de reconhecimento imediato de um Estado palestino. “Estabelecer um Estado palestino hoje é estabelecer um Estado do Hamas, um Estado jihadista. Isso não vai acontecer.” Saar reforçou: “Isso não vai acontecer, não importa quanta pressão seja feita sobre Israel”.
⚡️”Israel will not become the Czechoslovakia of the 21st century. We will not sacrifice our very existence for the sake of peace”, — Israeli Foreign Minister Gideon Saar on France’s decision to recognize Palestine.
“We understand that in many countries in Europe the Muslim… pic.twitter.com/57twCFCa9g
— BLYSKAVKA (@blyskavka_ua) July 29, 2025
Pressão sobre Israel cresce diante de informações sobre fome em Gaza
No mesmo dia, um relatório da Classificação Integrada de Segurança Alimentar (IPC), elaborado com apoio da , alertou sobre a escalada da crise alimentar em Gaza. O documento apontou que “os limiares de fome foram atingidos […] na maior parte da Faixa de Gaza”.
Segundo a publicação, “uma em cada 3 pessoas passa vários dias sem comer absolutamente nada”. A fome em Gaza, diz o texto, já alcançou “ponto alarmante e letal”.
O conflito em Gaza, que já dura 22 meses, intensificou-se com bloqueios mais rígidos desde março, o que agravou o quadro humanitário. A ONU e outras entidades criticaram o isolamento imposto por Israel e advertiram sobre o risco do uso da fome como instrumento de guerra.

O relatório da IPC afirma que, entre abril e meados de julho, mais de 20 mil crianças receberam atendimento por desnutrição aguda, sendo mais de 3 mil em estado grave, e pelo menos 16 mortes de menores de cinco anos foram notificadas desde 17 de julho.
Sobre a entrega de mantimentos, o relatório destacou que os lançamentos aéreos, permitidos recentemente por Israel, “não serão suficientes para reverter a catástrofe humanitária”. De acordo com a IPC, essa alternativa é mais cara, menos eficiente e apresenta riscos maiores em comparação aos envios terrestres.
O consórcio responsável pelo relatório fez um apelo urgente por medidas imediatas para encerrar o conflito e garantir acesso humanitário irrestrito. O documento enfatiza que “não agir agora implicará em mortes em massa em grande parte da Faixa de Gaza”.
Fonte: revistaoeste