Barroso refutou a ideia, que é comumente difundida por políticos e eleitores de extrema-direita, incluindo apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ministro enfatizou que a alegação demonstra um desconhecimento da realidade de regimes ditatoriais.
“Afirmará isso quem não tenha vivido uma ditadura”, declarou Barroso. Ele descreveu as ditaduras como regimes políticos marcados pela “absoluta falta de liberdade, em que há tortura, em que há censura, em que há pessoas que vão para o exílio, há pessoas que são aposentadas compulsoriamente”.
O presidente do STF e CNJ contrastou essa descrição com a situação atual, afirmando que “nada disso acontece no Brasil”. Barroso classificou a retórica como “imprópria e injusta com quem viveu e enfrentou uma ditadura”. Ele argumentou que, embora seja natural discordar de decisões governamentais ou do Supremo, a liberdade de crítica é um indicador de democracia.
“Sou um leitor de jornais e de sites de notícias, de todos os aspectos políticos, vejo as críticas mais contundentes em relação ao governo, em relação ao Supremo, em relação ao Congresso. Em ditaduras não acontecem coisas assim”, concluiu o ministro, reforçando a distinção entre a democracia brasileira e regimes autoritários.
A fala de Barroso ocorreu durante sua visita à Escola Estadual Liceu Cuiabano, em Cuiabá, para lançar a iniciativa “Diálogos com as Juventudes”. O projeto tem como objetivo principal aproximar o Poder Judiciário dos jovens brasileiros
Fonte: Olhar Direto