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Milho: 15% da Safra em MT Fora do Período Ideal de Cultivo

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As chuvas irregulares têm tirado o sono dos produtores de milho em Boa Esperança do Norte, em Mato Grosso. Muitos apostaram no cereal fora da janela ideal de plantio e agora a preocupação é com o clima, que ameaça o desenvolvimento da lavoura.

Na propriedade do produtor Dilvão Roberto Pase em que antes o céu fechado trazia alívio para o campo, agora já não garante tal tranquilidade. As chuvas que beneficiaram a safra de soja, apresentam menor frequência para o milho. O que acende o alerta para o cereal cultivado fora do período recomendado.

O produtor conta ao Mais Milho que tem 75% da lavoura de milho considerada em risco e que com 14 dias alguns talhões já encharutaram.

“E, um pouco de perda já tem, porque deu uns dias de sol. O milho é uma cultura sensível, precisa de água o tempo todo. Começou a dar pancadas de chuvas mais isoladas. É sinal de que a chuva está acabando. A gente fica bem apreensivo. Nós temos praticamente 80% da safra comercializada. Precisamos de cada grãozinho que vai produzir”, frisa Dilvão.

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Foto: Pedro Silvestre/Dia De Ajudar Mato Grosso

A preocupação com a irregularidade das chuvas preocupa até mesmo quem conseguiu plantar o milho mais cedo, dentro de uma janela menos arriscadas. A torcida no município é pela continuidade das chuvas para garantir produtividade e rentabilidade.

O produtor Moacir Antônio Guarnieri comenta à reportagem do Dia de Ajudar que encerrou o plantio do milho no dia 20 de fevereiro. Entretanto, o veranico de dez dias registrado o deixou preocupado.

“Esse mês teria que chover inteiro para termos safra cheia. Plantamos com custo alto, o dólar estava lá em cima. Uma média de 100 sacas por hectare é só o custo para quem arrenda. Perder uma ou duas chuvas… é a diferença entre lucro e prejuízo”.

Produtores trocam milho por sorgo

A lavoura de milho na propriedade do presidente do Sindicato Rural de Boa Esperança do Norte, Pedro Paulo de Souza Ferraz, também sente os impactos do atraso no plantio do cereal e a baixa oferta de chuvas.

“Esse milho já estava com a folha toda enrolada. Só agora, com duas chuvinhas, é que deu uma melhorada. Mas, está muito fora do calendário. A gente pode sofrer lá na frente. Aqui, pedi a compreensão dos fornecedores. Devolvi 200 sacas de milho e troquei por sorgo. Melhor uma safrinha de sorgo boa, do que uma de milho ruim que não paga as contas e exige muito investimento”.

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Foto: Pedro Silvestre/Dia De Ajudar Mato Grosso

De acordo com o presidente do Sindicato Rural, aproximadamente 30% da área total de milho cultivada nesta temporada em Boa Esperança do Norte está fora da janela ideal para a cultura, com risco de perdas de produtividade pelo histórico de escassez hídrica para o período.

“Milho em abril aqui não fecha a conta, não. A chuva corta cedo. Passou do dia 15 de fevereiro e já acende a luz amarela. Em geral, passando o dia 20 já começa a cair drasticamente a produtividade. Duas chuvas a mais é a diferença entre lucro e prejuízo”.

Pedro Paulo frisa que “o calendário da soja não foi muito bom” de início, uma vez que as primeiras chuvas atrasaram. Entretanto, diante o parque de máquinas dos produtores se conseguiu plantar rápido a oleaginosa e “conseguimos um bom calendário”.

“Só que na colheita da soja invernou aqui na nossa região há uns 15, 20 dias de chuvas. Muitas perdas em materiais de soja mais sensível e atrasando o plantio do milho em torno de 10 a 15 dias. Essa perda já está anunciada. Já esperamos isso. Vamos ver o restante da área, se os produtores conseguem arcar com seus compromissos e se dá rentabilidade para o produtor continuar trabalhando”.

Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que mais de meio milhão de hectares de milho foram plantados fora da janela ideal nesta safra 2024/25 em todo o Mato Grosso.

“Foram poucas as regiões que conseguiram plantar no tempo certo. Os primeiros 40%, 50% da área tiveram atraso de até 20 dias. E agora, o restante foi fora da janela. Esse ano, para ter uma boa safra de milho, o clima tem que sair do normal. Se seguir o padrão, teremos quebra de produtividade por falta de chuva, por causa do atraso no plantio”, salienta o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber, ao Dia de Ajudar Mato Grosso.

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Fonte: canalrural

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