Mato Grosso já registrou 27 casos de meningite de 1º de janeiro até o dia 10 de junho deste ano, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT).
Entre esses casos, destaca-se a morte de um bebê de um ano, em Cuiabá, que contraiu a forma bacteriana da doença, que é considerada a mais grave e letal. No total, foram 6 mortes no estado.
Mesmo com os dados parciais, o total de casos registrados em Mato Grosso já representa 24% do número de 2024, que teve 113 notificações. Em 2023, o estado atingiu o pico da série recente, com 129 casos.
De acordo com a Vigilância Epidemiológica de Cuiabá, até o dia 11 de junho deste ano, foram notificados 22 casos em moradores da Capital. Destes, oito foram confirmados, sendo três bacterianos, dois virais e três não especificados. Além da morte do bebê, cinco casos seguem em investigação e oito foram descartados.
Confira os dados abaixo:
Meningite em Mato Grosso e Cuiabá
Casos de Meningite em Mato Grosso (2020 a 2025*)
Ano | N° de Casos |
---|---|
2020 | 65 |
2021 | 55 |
2022 | 96 |
2023 | 129 |
2024 | 113 |
2025* | 27 |
* Dados parciais até junho de 2025. Fonte: Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT).
Meningite em Cuiabá – 2025
Até o momento, foram notificados 22 casos de meningite em residentes de Cuiabá. Destes:
- 8 casos confirmados (3 bacterianas, 2 virais, 3 não especificadas);
- 5 casos ainda em investigação;
- 1 óbito confirmado: bebê do sexo masculino, 1 ano, vítima de meningite bacteriana;
- 8 casos descartados.
Fonte: Vigilância Epidemiológica de Cuiabá, 11/06/2025.
Meningite em Cuiabá – Janeiro a Maio de 2024
Foram notificados 22 casos, com:
- 2 casos confirmados (1 bacteriana e 1 viral);
- 2 casos inconclusivos;
- 18 casos descartados.
Fonte: SINAN net, base municipal, acesso em 13/06/2025.
Homens são mais afetados
Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, a meningite é uma doença endêmica, com casos registrados durante todo o ano e a possibilidade de surtos e epidemias ocasionais. As meningites bacterianas predominam no outono e inverno, enquanto as virais são mais frequentes na primavera e verão. Além disso, o sexo masculino é o mais afetado pela doença.
Conheça a forma de transmissão, sintomas, prevenção e o tratamento da doença:
Informações sobre Meningite
Transmissão
Em geral, a meningite é transmitida de pessoa para pessoa pelas vias respiratórias, por meio de gotículas e secreções do nariz e garganta. Também pode ocorrer transmissão fecal-oral, pela ingestão de água ou alimentos contaminados, ou contato com fezes.
Veja as diferenças nos tipos de transmissão:
Sintomas
A meningite é uma síndrome que geralmente apresenta quadro clínico grave. Caso você ou alguém apresente sintomas suspeitos, procure atendimento médico imediatamente.
O médico avaliará a presença da doença, identificará o tipo de meningite e indicará o tratamento adequado.
Diagnóstico
Na suspeita de meningite, o médico solicita exames de sangue e coleta de líquor (líquido cefalorraquidiano). O laboratório testa as amostras para identificar o agente causador da infecção, essencial para definir o tratamento.
Os principais exames são:
- Exame quimiocitológico do líquor;
- Bacterioscopia direta;
- Cultura;
- Aglutinação pelo látex;
- Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (qPCR).
O aspecto do líquor também indica a infecção: normalmente é límpido e incolor (“água de rocha”). Em casos infecciosos, o líquor fica turvo devido ao aumento de células.
Importante: todos esses exames são oferecidos pelo SUS e solicitados pela equipe médica ou de vigilância durante o acompanhamento do paciente.
Tratamento
Devido à gravidade da meningite, os casos suspeitos devem ser internados para avaliação e tratamento urgentes.
Para meningites bacterianas, utiliza-se antibioticoterapia hospitalar com dosagens específicas. É fundamental o suporte clínico, como reposição de líquidos e cuidados médicos intensivos.
Nas meningites virais, a maioria dos casos não exige antivirais, sendo monitorados até a recuperação espontânea. Exceções incluem alguns vírus, como o herpesvírus, que podem requerer tratamento antiviral.
Meningites fúngicas demandam tratamento prolongado com antifúngicos adequados ao fungo identificado.
Pacientes com imunidade comprometida (HIV/AIDS, diabetes, câncer, etc.) recebem cuidados especiais.
Nas meningites parasitárias, os medicamentos contra o parasita e para alívio dos sintomas são administrados em ambiente hospitalar, dada a intensidade dos sintomas.
Prevenção
A meningite pode ser causada por diferentes agentes, e existem vacinas para prevenir as principais formas bacterianas da doença. As vacinas do calendário infantil do Programa Nacional de Imunização incluem:
- Vacina meningocócica C (conjugada): protege contra o sorogrupo C;
- Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra Streptococcus pneumoniae, causador de meningite;
- Vacina pentavalente: protege contra Haemophilus influenzae tipo B, além de difteria, tétano, coqueluche e hepatite B;
- Vacina meningocócica ACWY (conjugada): protege contra os sorogrupos A, C, W e Y.
Fonte: primeirapagina