CENÁRIO POLÍTICO

Maysa recusa novas investigações na reta final da CPI do Rotativo; Abilio propõe criação de comissão adicional

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A vereadora Maysa Leão (Republicanos), membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Estacionamento Rotativo da Câmara de Cuiabá, afirmou que as novas informações apresentadas pelo prefeito Abilio Brunini (PL), na quarta-feira (24), chegam em um momento em que não é mais possível realizar convocações de testemunhas ou pedir quebras de sigilos, já que restam apenas 16 dias para a entrega do relatório final.

Segundo a vereadora, a comissão trabalhou por 224 dias analisando o contrato da Parceria Público-Privada (PPP) do estacionamento e esgotou o tempo regimental para ampliar o escopo.
Para Maysa, embora os elementos apresentados pelo prefeito apontem possíveis irregularidades na fase preliminar do contrato, a CPI só poderá incluir parte dessas informações no relatório e encaminhar ao Ministério Público, que decidirá sobre novos desdobramentos.
“Há, sim, uma novidade trazida pelo prefeito, que é a prévia do contrato, mas nesse momento temos limitações temporais. Já temos indicações de indiciamentos que serão encaminhados ao Ministério Público. O que o prefeito sugeriu, infelizmente, não conseguimos cumprir por uma questão regimental”, declarou.
Em resposta, Abilio reconheceu as limitações da comissão, mas sugeriu a abertura de uma nova investigação para aprofundar as denúncias envolvendo a empresa Promulti e a CS Mobi, citando a possibilidade de uma “CPI do Rotativo 2.0”.
O prefeito lembrou que, durante sua experiência como vereador, já houve a necessidade de desdobrar apurações em uma segunda CPI, como ocorreu na CPI da Saúde.
“Quando uma CPI identifica novos fatos, ela pode encaminhar relatório ao Ministério Público, mas também recomendar a abertura de uma nova comissão. Essa foi minha sugestão: se for preciso, abrir uma CPI com mais profundidade, colhendo novas assinaturas, para avançar nessa investigação”, disse.

Durante depoimento na CPI do Estacionamento Rotativo da Câmara de Cuiabá, o prefeito levantou suspeitas de que o ex-prefeito Emanuel Pinheiro (PSD) teria alterado decretos municipais para beneficiar a empresa Promulti Engenharia, integrante do consórcio CS Mobi.
Segundo ele, há indícios de direcionamento e irregularidades na licitação que deu origem ao contrato do estacionamento rotativo e às obras do Mercado Municipal Miguel Sutil. Abilio destacou que a Promulti participou da elaboração dos estudos e da modelagem do projeto, vindo depois a integrar o consórcio responsável pela execução. Para o prefeito, essa atuação viola o artigo 9º da Lei nº 8.666/93, que proíbe que quem elabora o projeto básico participe da execução da obra ou serviço.
O prefeito também apontou que houve um “ciclo vicioso” no processo, com pressão política, pareceres técnicos sobrepostos e mudanças no objeto da parceria, que inicialmente previa apenas a obra civil e, posteriormente, incorporou o estacionamento rotativo.

 

Fonte: Olhar Direto

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