“Eu, particularmente, quero que concluam o que já está aí. Porque se formos mudar de novo, buscar recursos, vai ser outra história. Já tem mais de 13 anos que essa obra começou e não concluiu. Nós não podemos esperar mais de um ano, dois anos. A população já sofreu demais, todo mundo está sofrendo, é dinheiro perdido”, declarou o deputado nessa quarta-feira (10).
Na pré-campanha pela Prefeitura de Cuiabá, Abilio já havia sugerido a Mendes a mudança para o ART, argumentando que se trata de um transporte que não exige grandes obras por ser uma mistura de trem e ônibus que circula sobre trilhos virtuais, com possibilidade de acoplar mais vagões conforme a demanda e aumentar a sua capacidade.
Desde que tomou posse como prefeito, o liberal continua defendendo o modal, sobretudo após o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), anunciar a implantação de um modelo semelhante em Curitiba, conhecido como Bonde Urbano Digital (BUD).
Entre 2009 e 2011, surgiram os primeiros planos para melhorar a mobilidade urbana em Cuiabá e Várzea Grande, dentro da preparação para a Copa do Mundo de 2014. Inicialmente, estava previsto o BRT, mas o projeto foi alterado para o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), orçado em R$ 1,4 bilhão, tornando-se a segunda obra de mobilidade mais cara planejada para o evento da FIFA.
Após uma década de atrasos nas obras, uma paralisação dos trabalhos determinada pela Justiça, que suspeitava de irregularidades licitatórias, e tentativas sucessivas de retomar ou reavaliar o projeto, o Conselho Deliberativo Metropolitano (Codem) aprovou a troca do modal para BRT.
Em 2022, o Consórcio Construtor BRT venceu a licitação com prazo de entrega até outubro de 2024. No entanto, após sucessivos atrasos, o governador Mauro Mendes (União) rescindiu o contrato em fevereiro deste ano e decidiu pela execução da obra por lotes. O consórcio ficou responsável apenas pelos trechos já iniciados, mas nem esses prazos vêm sendo cumpridos.
Max Russi atribuiu a inconclusão do BRT à “irresponsabilidade política de diversos gestores”, mas não citou nomes. Ele também lamentou o desperdício de recursos públicos com a mudança de modal, que gira em torno de R$ 1 bilhão.
“A questão BRT, VLT, faltou um pouco de responsabilidade política de vários gestores. Se você for responsabilizar, são vários. Muda de um modal, faz outro, gastamos um bilhão no VLT jogado no ralo, dinheiro que nós poderíamos ter feito hospital, casa popular. Olha quanta casa poderíamos ter feito no estado de Mato Grosso com esse dinheiro. E foi pro ralo, infelizmente”, declarou o deputado.
Max Russi descarta ART, alternativa de Abilio, e cobra conclusão do BRT pic.twitter.com/Iv8tH6G1SM
— Leiagora Portal de Notícias (@leiagorabr) September 11, 2025
Fonte: leiagora