A proposta, aprovada pela Assembleia Legislativa em meio a uma queda de braço com o Executivo, é considerada pelo governo como uma ameaça direta à capacidade de investimento do Estado.
Durante reunião do Conselho Deliberativo da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá), Fábio expôs os riscos fiscais do aumento e pediu que o setor produtivo se mobilize para evitar que o veto seja derrubado pelos deputados.
Segundo o secretário, o futuro das finanças de Mato Grosso depende de decisões responsáveis nos próximos anos. Ele contextualizou a preocupação afirmando que o estado, já com baixa industrialização, corre o risco de ter ainda menos margem para políticas de desenvolvimento se não houver controle dos gastos.
Fabio também alertou ainda para os riscos e efeitos que a reforma tributária causará na economia de Mato Grosso e aposta ainda que a guerra fiscal deverá continuar, então este é um momento importante para dialogar e definir o futuro do estado.
“De hoje até 2033, se conseguir gerenciar bem, o governo do Estado vai poder fazer muitos investimentos. A partir de 2033, com a reforma, não sabe muito bem. E nós estamos saindo, eu saio em março, o Mauro Mendes também deve deixar o governo em março e é importante a participação de vocês nas definições dos investimentos do estado e na luta da manutenção da capacidade de investimento dos estados”, afirmou.
Fábio destacou que o reajuste concedido pelo Judiciário é superior à inflação e ocorre justamente no poder com maior média salarial entre todas as instituições do estado. Ele lembrou que a remuneração média ultrapassa R$ 20 mil e é, segundo ele, o dobro do que recebem os servidores do Executivo.
“Quando dá este aumento, é óbvio que todos os outros poderes vão fazer pressão. E para quem tem média salarial menor… como o Executivo, o argumento é complicado”, pontuou.
O secretário ressaltou que reajustes lineares não refletem a lógica de desempenho e distorcem o mercado. “Às vezes a gente faz coisa na iniciativa pública diferente da privada. Você até dá aumento para aquele que merece, mas não igual para todos. E um aumento linear desse aumenta a distorção do mercado. Para mim, que sou da iniciativa privada, não tem sentido. Se você tem alguém que está se destacando, você negocia um aumento, mas não vejo aumento linear nas empresas”, disse.
Segundo ele, o impacto financeiro é insustentável: somente o reajuste de 6,8% geraria efeito cascata acima de R$ 1,6 bilhão, chegando a R$ 2 bilhões quando considerada a previdência. “É mais do que a metade do que se arrecada com o Fethab, que é dinheiro usado para investimento em asfalto e ponte. É muito simples acabar com a capacidade de investimento do Estado”, alertou.
Fábio também mencionou outro projeto que tramita na Assembleia: uma proposta de reajuste de 10% para outras categorias, cujo impacto, segundo ele, seria superior a R$ 3 bilhões. “Acabou a capacidade de investimento. Todos nós vamos trabalhar para manter a máquina. Não vai ter investimento”, enfatizou.
Por isso, reforçou o pedido para que o setor produtivo atue como contraponto ao clima de pressão exercido pelas categorias do funcionalismo. “Neste momento, entendo que a maior prioridade é manter a capacidade de investimento do estado, que é o que faz diferença. A gente precisa se mobilizar para fazer o enfrentamento de pautas importantes para o estado. Ninguém queria estar apanhando de servidor público. Abro o Instagram e é uma enxurrada: servidor, xingamento, mas precisa ser feito”, afirmou.
Com o veto, caberá à Assembleia Legislativa decidir se mantém a decisão do governador ou se derruba o veto e promulga a lei.
Fonte: leiagora






