Segundo o deputado estadual Eduardo Botelho, a conversa — marcada de última hora — contou com a presença do senador Jayme Campos, do deputado federal licenciado Fabio Garcia (chefe da Casa Civil), do estadual Dilmar Dal Bosco e do próprio governador. O objetivo foi discutir estratégias para a montagem de candidaturas competitivas à Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados.
A mudança de postura do governador ocorre menos de um mês após ele afirmar que não assumiria a tarefa de estruturar as chapas do partido. Em declaração dada no fim de junho, Mendes — que preside o União Brasil em Mato Grosso — afirmou que a responsabilidade era dos próprios parlamentares.
“Eles não podem ficar deitados ou sentados em berço esplêndido esperando que o governador vai cuidar de montar uma chapa para eles. Eu posso ajudar? Posso ajudar. E estou disposto a ajudar qualquer um que precise. Agora, eu não posso ser o responsável e eles se isentarem disso”, disse à época.
A nova reunião foi vista como uma resposta direta à pressão interna por maior envolvimento do governador nas articulações. De acordo com Botelho, o encontro estabeleceu tarefas concretas para cada liderança, com definição de nomes e regiões estratégicas a serem trabalhadas. Uma nova reunião está prevista para o fim de agosto.
“Foi uma reunião em que definimos nomes, responsabilidades de quem vai procurar cada liderança e quem vai apresentá-las ao governador ou ao senador. A base do partido está na chapa de deputados. Precisamos nos movimentar, como outros partidos já estão fazendo”, afirmou o parlamentar.
Atualmente, o União Brasil tem quatro cadeiras na Assembleia Legislativa e duas na Câmara Federal por Mato Grosso. Enquanto isso, siglas como MDB e PL já avançaram na montagem de suas chapas, e o Podemos se prepara para receber o presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi, que deve se filiar em 2026.
A reunião no Paiaguás também serviu para esclarecer ruídos após o jantar realizado na semana passada com a presença de Mauro Mendes e do ex-senador Blairo Maggi (PL), ocasião em que o governador oficializou apoio à pré-candidatura do vice Otaviano Pivetta (Republicanos) ao governo estadual. O evento não contou com a presença de lideranças do União Brasil, como o senador Jayme Campos.
Segundo Botelho, Mauro negou que o jantar tenha tido caráter de articulação partidária e garantiu que não deixará o União Brasil de lado.
“Ele deixou claro que se fosse uma construção política, jamais faria sem o senador e os deputados do partido. Agora ele se colocou à disposição para receber novas lideranças e trabalhar na formação das chapas. Foi uma reunião de definições”, completou.
Ainda de acordo com Botelho, o governador reafirmou apoio pessoal a Pivetta, mas ponderou que a posição oficial do partido sobre a sucessão estadual será definida futuramente. Já o senador Jayme Campos admitiu avaliar uma possível candidatura ao Senado ou ao governo.
Fonte: Olhar Direto