Participaram da conversa os deputados estaduais Eduardo Botelho, Dilmar Dal Bosco e Júlio Campos, todos ligados ao campo de influência de Jayme, além do secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, principal operador político de Mauro dentro do governo.
Durante a reunião, Jayme reiterou sua intenção de disputar o Palácio Paiaguás em 2026. Mauro respondeu que sua participação no jantar com os Maggi e Pivetta teve caráter pessoal, sem orientação partidária, e reafirmou que Jayme está “totalmente livre” para construir seu próprio caminho eleitoral.
A costura do encontro começou no fim de semana, após membros da executiva estadual do União Brasil expressarem desconforto com os sinais de que Mauro e o núcleo duro do governo estariam rifando Jayme do processo. A reunião inicialmente seria ampliada, na sede do partido, mas prevaleceu o formato mais restrito, com margem para uma conversa direta entre os principais caciques.
Além da sucessão estadual, o grupo também discutiu a montagem das chapas proporcionais. O União vive uma tensão interna desde que a pré-candidatura de Pivetta ganhou tração, mesmo ele estando em outro partido. O apoio explícito de Mauro e Blairo é visto como tentativa de consolidar um nome de confiança para a continuidade do atual projeto político.
O jantar que provocou o desconforto ocorreu na terça-feira passada (9), na chácara da Bom Futuro, em Cuiabá. Estiveram presentes o governador Mauro Mendes, o ex-ministro Blairo Maggi, o empresário Eraí Maggi e o presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira. A ausência de Jayme e de seus aliados foi lida como sinal de exclusão, ou, para alguns, de rompimento calculado.
Ao retomar o diálogo com Jayme, Mauro tenta evitar uma ruptura precoce que fragilize sua base. Jayme, por sua vez, sustenta que tem densidade eleitoral e trajetória para encabeçar a disputa. Com o gesto de conciliação, o governador busca manter o União unido até a chegada de 2026.
Fonte: Olhar Direto