– Vídeo | ‘Pensar errado é crime?’, questiona Mendes que cita ‘capítulo ruim’ para o país
“Eu defendo que nós façamos uma discussão, eu defendi isso, continuo defendendo. Teve um momento que ela quase foi aprovada, houve alguns retrocessos no Congresso Nacional, mas acima de tudo eu defendo que a gente vire essa página. É muito ruim isso pro país. Quando eu defendia anistia, era pra que botasse um ponto final nessa conversa. Ninguém aguenta mais ficar falando 8 de janeiro”.
O governador chegou a participar, no início do ano, de manifestações pró-anistia ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de lideranças da direita e da esquerda no cenário nacional.
Sua fala agora ocorre em um contexto totalmente distinto: Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Mesmo assim, a defesa da anistia segue viva entre apoiadores, que esperam que um projeto em tramitação na Câmara Federal possa livrar o ex-presidente e aliados da cadeia, expectativa que alimentava a possibilidade de o “capitão” disputar a eleição de 2026.
O ambiente, porém, é diferente. A pressão pelo “perdão” não tem a mesma força de antes, inclusive entre os principais articuladores da proposta.
Mauro, que acredita na “virada de chave” que a medida poderia provocar, afirmou que a aprovação da anistia permitiria deslocar para o centro do debate temas urgentes que atualmente estão em segundo plano.
“Acho que se a gente fizesse uma anistia e acabasse com tudo isso e fosse preocupar no dia a dia com os problemas reais da economia brasileira, com o déficit gigante que as contas públicas do governo federal têm, com a violência que aumenta todos os dias, as facções criminosas. Então esses problemas deveriam ocupar mais o nosso tempo”, declarou.
Em seguida, ele voltou a relativizar os crimes pelos quais Bolsonaro foi condenado, sustentando que não se tratou de tentativa de golpe.
“Qual foi o crime que efetivamente o Bolsonaro cometeu? Você viu esse golpe? Você viu algum tiro sendo dado? Você viu alguma coisa real no mundo real acontecendo? Nem você, nem eu e nenhum brasileiro viu isso”, argumentou.
O governador também afirmou que sequestradores e ladrões receberam anistia no passado, além de citar episódios envolvendo o Movimento Sem Terra (MST) como supostos paralelos.
“Já anistiou sequestrador, assaltante de banco, já foi anistiado nesse país. E eu já vi o MST invadir várias vezes o Congresso Nacional, o prédio público em todo o país. E não aconteceu nada com eles. É dar o mesmo tratamento que já foi dado em algum momento da história”.
A Lei da Anistia de 1979, no entanto, perdoou os “crimes políticos ou conexos com estes” cometidos entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, mas excluiu expressamente do benefício os condenados por terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal. Ainda assim, acusados sem condenação definitiva acabaram beneficiados na transição para o regime democrático.
Na tarde de terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o início do cumprimento da pena de Bolsonaro, que deve ser executada na Superintendência da Polícia Federal. O ex-presidente estava em prisão domiciliar desde agosto, mas após tentar romper a tornozeleira eletrônica no sábado (22), teve a prisão preventiva decretada.
Vídeo | Para Mauro, anistia é sinônimo de ‘virar a página’ e voltar atenções para questões que impactam o país pic.twitter.com/26mgfUIM34
— Leiagora Portal de Notícias (@leiagorabr) November 27, 2025
Fonte: leiagora






