MATO GROSSO

Mauro culpa bandidolatria por espancamento em escola e pede mudanças na legislação

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O governador Mauro Mendes (União), classificou o espancamento de uma aluna por colegas dentro de uma escola estadual em Alto Araguaia (415 km de Cuiabá) como reflexo de uma “bandidolatria” que estaria tomando conta da juventude. Em vídeo publicado nas redes sociais nesta quarta-feira (6), Mendes afirmou que o episódio revela a influência de facções criminosas sobre adolescentes e defendeu mudanças na legislação para endurecer as punições a menores infratores.

“Esse episódio das adolescentes que espancaram a colega mostra que a bandidolatria é um mal que está tomando conta dos nossos jovens em todo o país, com alguns imitando o modo de agir das facções”, disse o governador. “O sonho de ser modelo ou jogador de futebol, tão comum antigamente, hoje se transformou no sonho de entrar pro mundo do crime.”
A agressão aconteceu dentro da Escola Estadual Carlos Hugueney, e o caso foi filmado pelas próprias estudantes. As imagens, que circularam nas redes sociais e em aplicativos de mensagens, mostram a vítima sendo agredida com pedaços de pau por pelo menos quatro alunas. Segundo as autoridades, o ataque estaria relacionado à atuação de um grupo com estrutura semelhante à de organizações criminosas.
De acordo com o governador, as agressoras foram apreendidas pela Polícia Civil, por determinação da Justiça, e estão internadas em uma unidade socioeducativa. “Sem liberdade e com a ressocialização, terão tempo para refletir e decidir se o que querem é uma vida curta e trágica proporcionada pelas facções, ou focar nos estudos e terem orgulho da própria trajetória”, pontuou.
Em coletiva de imprensa realizada também nesta quarta-feira, o secretário de Estado de Educação, Alan Porto, confirmou que a escola será transformada em uma unidade cívico-militar. Segundo ele, a decisão visa coibir qualquer forma de organização interna com comportamento similar ao de facções.
“Não foi simplesmente um problema de indisciplina escolar. O que nós vimos pela fala do delegado é que existia uma organização com estrutura hierárquica e regras que envolviam violência. Uma liderança estava cooptando menores dentro da escola”, afirmou o secretário.
A Polícia Civil apura se o grupo tinha ligação direta com organizações criminosas. Segundo o delegado responsável pela investigação, Marcos Paulo Batista de Oliveira, o grupo impunha regras e punições semelhantes às impostas por facções. Uma das normas estabelecia que, se a vítima chorasse durante os castigos, seria expulsa.
Além da transformação da escola, o secretário informou que a Secretaria de Educação já iniciou o recrutamento de policiais da reserva para atuarem na nova configuração da unidade. Ele ainda garantiu que a gestão seguirá atuando para impedir que práticas semelhantes se instalem em outras escolas da rede estadual.
Mato Grosso possui atualmente 130 escolas cívico-militares. A Secretaria afirma que vai continuar prestando acolhimento às famílias, aos estudantes e aos profissionais da educação da unidade em Alto Araguaia.
 

 

Fonte: Olhar Direto

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