A medida eleva os recursos públicos destinados à manutenção de partidos políticos e deve impactar diretamente os gastos nas eleições de 2026.
Durante entrevista nesta terça-feira (25), Mauro classificou a decisão como um equívoco e afirmou que o país já gasta demais com o processo eleitoral, em detrimento de áreas essenciais.
“Eu acho que está muito errado. O Brasil está gastando dinheiro demais com as eleições. Isso não está sendo sadio e saudável para a democracia brasileira”, afirmou.
Ele destacou que, ao mesmo tempo em que pressiona o Executivo Federal por cortes de gastos, o Congresso adota medidas que ampliam despesas. Para ele, a postura dos parlamentares é contraditória.
“O Congresso está exigindo do Governo Federal que faça cortes, e tem que fazer mesmo, porque senão vai continuar tentando aumentar imposto, criar IOF, taxações. O brasileiro já está de saco cheio de pagar imposto. Como é que o Congresso cobra cortes e aumenta despesa com eleição? É uma grande incoerência”, disse.
Segundo o governador, a aprovação do aumento no fundo partidário enfraquece o discurso de responsabilidade fiscal e pode agravar o cenário econômico nacional. Mauro citou inclusive alertas já emitidos por órgãos de controle sobre o risco de colapso das contas públicas federais.
“O próprio Tribunal já escreveu e disse: a partir de 2027 o Governo Federal quebra. E aí quem vai pagar essa conta somos todos nós, brasileiros, que vamos sofrer as consequências”, alertou.
“A democracia brasileira não está saudável. Isso está criando privilégios para quem está no poder, para manter quem está lá. Isso não é sadio, não é salutar para o processo democrático e vai trazer consequências para o país em um curto espaço de tempo”, complementou.
Apesar de presidir o União Brasil, Mauro declarou que não foi consultado sobre a votação pelos deputados do partido no Congresso, pois estava fora do país. Ele, no entanto, garantiu que, se tivesse sido acionado, se posicionaria contra o reajuste no fundo.
“Se fosse consultado, eu teria dito exatamente o que estou dizendo agora. Acho que temos que conter gastos desnecessários. E o gasto eleitoral, hoje, não é um gasto necessário. É muito dinheiro sendo jogado nas eleições, enquanto falta para um monte de coisa nesse país”, criticou.
Questionado sobre a postura da bancada do União Brasil, Mendes disse que deputados federais têm autonomia para votar, mas ressaltou que todos devem prestar contas à população.
“O deputado é eleito e tem autonomia para tomar suas decisões. Primeiro, com a sua consciência, e segundo, com os eleitores que ele representa. E eles vão prestar contas sobre isso”, pontuou.
Fonte: Olhar Direto