“Olha, essas condições são feitas pela Executiva Nacional, é feita lá em Brasília, e eu não participo disso. Então, eu estou muito distante dessa tomada de decisão e, a priori, eu acho que é uma decisão que pode sim ser um equívoco”, declarou Mauro Mendes durante entrevista à imprensa.
A declaração ocorre um dia após o governo federal confirmar a escolha de Pedro Lucas para substituir Juscelino Filho (União Brasil-MA), que foi denunciado sob acusação de desvio de emendas parlamentares. A nomeação do novo ministro foi negociada diretamente entre Lula, o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), com intermediação da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. O anúncio foi feito após reunião realizada nesta quinta-feira (10), em Brasília.
Apesar de integrar o mesmo partido, Mauro Mendes tem se mantido em posição oposta à do governo federal. Em 2022, o governador apoiou a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, nas últimas semanas, esteve ao lado do ex-mandatário em manifestações realizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Os atos tiveram como principal pauta a anistia aos envolvidos e condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro.
A aproximação entre União Brasil e o governo Lula tem provocado reações divergentes dentro da legenda. Aliado ao campo mais conservador do partido, Mendes tem reiterado a necessidade de manter coerência política. Ao mesmo tempo, lideranças do União com representação no Congresso avaliam que a permanência no governo, com espaço no primeiro escalão, é estratégica para garantir emendas e articulações para as eleições de 2026.
Pedro Lucas deve assumir oficialmente o Ministério das Comunicações após a Páscoa. Até lá, a secretária-executiva da pasta segue como ministra interina.
Fonte: Olhar Direto