Na safra passada mais de 20 mil toneladas de embalagens de defensivos agrícolas foram devolvidas em Mato Grosso. Segundo dados do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV), o volume encaminhado para a destinação correta representa quase 30% de tudo o que foi recolhido no país.
Conforme o agricultor Paulo Roberto Rossato para o Patrulheiro Agro desta semana, é preciso ter consciência sobre as embalagens.
“Tem que devolver para manter o meio ambiente limpo. A gente tem um cuidado muito grande com isso para preservar e dar exemplo até para o convívio das pessoas e também para ter uma segurança para os colaboradores para ter um ambiente limpo. E a natureza agradece. Passo isso para os filhos também”, explica.
Em Jaciara, o gerente de produção da fazenda Santo Expedito, Luis Antonio Huber, comenta que, em média, entregam cinco carretas com embalagens.

“As embalagens a gente leva para a lavoura e precisa para a aplicação. Depois de fazer a aplicação, faz a tríplice lavagem e trás para o depósito”, diz.
A fazenda Santo Expedito cultiva 4,8 mil hectares entre soja, milho, algodão e milheto para cobertura de solo.
”Fazemos o armazenamento delas, depois agendamos as entregas necessárias durante o ano e o campo fica limpo. A questão ambiental é um dos itens que a gente tem muito foco dentro da empresa, tudo conforme manda a lei. Hoje tem que pensar também nas gerações futuras”, pontua.
Nesta temporada, o grupo BDM cultivou pouco mais de 20 mil hectares no sul e noroeste de Mato Grosso. As entregas das embalagens usadas na lavoura são agendadas com 8 a 9 meses de antecedência.
”Eu já estou entregando agora para o mês de junho. O barracão fica sempre disponível para receber mais embalagens. Qualquer coisa que você veja como lona, embalagens soltas no campo, qualquer caminhonete que tiver já recolhe e leva para as unidades. Tenho um bag só com tampinhas, com produto de um litro, cinco litros, papelão, flexível e também tem os galões que vem avulso de vinte litros”, frisa Maico Ronald Piovesan, gerente de logística do grupo BDM.
Segundo o Inpev, só na última safra, mais de 20 mil toneladas de embalagens de defensivos foram devolvidas em Mato Grosso.
O volume representa quase 30% de tudo que foi recolhido no país. Para 2025, a projeção é que este número aumente no estado entre 7% e 9 %.

A coordenadora regional de operações do InpEV, Rosangela Gomes Soto, conta que as devoluções têm aumentado gradativamente conforme os anos e que isso demonstra a conscientização do agricultor e da sua responsabilidade legal e ambiental.
”O estado aumenta o uso da tecnologia e aumenta essa devolução. É por isso que nós estamos com essas unidades preparadas, a gente também tem aumentado o tamanho de unidades, aumento de áreas das unidades, aumento de colaboradores e melhorado o número de maquinários para ser mais produtivo”, reforça.
De acordo com o InpEV, Mato Grosso tem disponível 20 postos de recebimentos de embalagens a granel e 17 centrais de recebimentos onde as embalagens são recebidas, classificadas e processadas para reciclagem.
“Para esse ano mesmo, Sorriso está construindo uma unidade de recebimento para receber 2.000 mil toneladas. Em Porto Alegre do Norte vai ser construída uma unidade e até o final de junho a gente começa a obra e em Brasnorte também.
Rosangela explica sobre as ações no estado para que as unidades tenham um recebimento itinerante.
“Tudo isso para aumentar essa capilaridade e chegar até o pequeno, que tem 1, 2 litrinhos no ano para agente receber. São mais de 30 artefatos que fazemos. Embalagens para óleo lubrificantes, conduítes corrugados, tubos, mas de fato o carro chefe que nós temos muito orgulho é o fato de nós fazermos novamente as embalagens de defensivos agrícolas, isso é economia circular”, finaliza.
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Fonte: canalrural