Em um ato público em Paris, Marine Le Pen, líder da direita francesa, descreveu sua condenação como uma “decisão política” e “caça às bruxas”. Ela também reafirmou seu compromisso com a carreira política. Jordan Bardella, seu aliado e potencial sucessor, participou do evento e criticou os juízes franceses por silenciarem a oposição.
“Vinte e nove foi um dia sombrio para a França”, afirmou Bardella, referindo-se à data da condenação de Le Pen.
Le Pen foi condenada por um suposto desvio de verbas públicas, o que a impede de disputar as eleições presidenciais de 2027. Ela foi julgada culpada por utilizar recursos do Parlamento Europeu para pagar funcionários do seu partido.
A decisão inclui quatro anos de prisão, sendo dois anos em regime domiciliar e dois com pena suspensa, além de cinco anos de inelegibilidade.
Apoio a Le Pen e comparações com Trump

Os apoiadores de Le Pen exibiram cartazes com mensagens como “Justiça sob ordens” e vestiam camisetas com a frase “Eu sou Marine”. Comparações com Donald Trump, que também enfrentou condenações judiciais, foram feitas, ao questionar por que Le Pen não poderia concorrer enquanto Trump pôde.
À imprensa, Alice Triquet, uma bartender de 26 anos, expressou sua indignação: “O sistema não está quebrado — está manipulado. Se eles podem fazer isso com ela, o que os impede de fazer com qualquer um que pense diferente?”.
Em resposta ao ato pró-Le Pen, partidos de esquerda organizaram uma manifestação. Marine Tondelier, líder do Partido Verde, disse que a questão vai além da líder da direita, tratando-se de “defender o Estado de Direito contra aqueles que acham que a justiça é opcional”.
Cartazes com mensagens como “Sem trumpismo na França” e “Resposta antifascista” foram vistos na manifestação oposta.
Líder da direita se destaca em pesquisas eleitorais
O recurso de Marine Le Pen contra a sentença deverá ser julgado no próximo ano, o que pode influenciar o cenário político futuro. As reações, tanto de apoio quanto de oposição, refletem a crescente tensão política na França.
Mesmo inelegível, um levantamento do instituto francês de pesquisa Ifop mostra que Marine Le Pen lidera, com 36% das intenções de voto, a eleição presidencial de 2027. Edouard Philippe aparece em segundo lugar, com 25% dos votos; ele é seguido por Jean-Luc Mélenchon, com 12%, e Éric Zemmour, com apenas 5%.
Com a inelegibilidade de Le Pen, Jordan Bardella, atual presidente do Reagrupamento Nacional, pode substituí-la no pleito presidencial. Cerca de 90% de aliados e simpatizantes do partido expressam o desejo de que Bardella assuma a candidatura, enquanto 87% mantêm o apoio à deputada.
O presidente Emmanuel Macron, que cumpre seu segundo mandato consecutivo, não pode ser reeleito. Ele lidera o governo francês desde 2017.
Fonte: revistaoeste