CENÁRIO POLÍTICO

Margareth defende corte de gastos e questiona viabilidade do novo decreto do IOF

2025 word2
Grupo do Whatsapp CuiabĂĄ
A senadora Margareth Buzetti (PSD) afirmou nesta segunda-feira (16) que o novo decreto do governo federal sobre o Imposto sobre OperaçÔes Financeiras (IOF) “nĂŁo tem condiçÔes” de ser aprovado pelo Congresso Nacional. Para a parlamentar, o foco da discussĂŁo fiscal deve ser a revisĂŁo dos gastos pĂșblicos nos trĂȘs Poderes, e nĂŁo o aumento de tributos que afeta diretamente o consumidor.

“O IOF nĂŁo tem condiçÔes de votar, nĂŁo tem condiçÔes de aprovar, Ă© algo que vai impactar na vida de todos os brasileiros. E a LCA e a LCI vĂŁo impactar no agro, quer dizer, comida mais cara na mesa dos brasileiros”, disse Margareth em entrevista Ă  imprensa.
A declaração ocorre no mesmo dia em que a CĂąmara dos Deputados analisa um pedido de urgĂȘncia para votação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que visa sustar os efeitos do novo decreto do Executivo. O requerimento, apresentado pelo lĂ­der da oposição, deputado Zucco (PL-RS), tem apoio de partidos como PP, Republicanos e UniĂŁo Brasil — integrantes da base aliada do governo.
O novo decreto, publicado na semana passada, alterou a tributação do IOF em operaçÔes como emprĂ©stimos, aplicaçÔes em VGBL e “risco sacado”. O governo recuou parcialmente da alta promovida em maio, reduzindo a alĂ­quota fixa de 0,95% para 0,38%, mas manteve a alĂ­quota diĂĄria em 0,0082%.
No caso do VGBL, o imposto passarĂĄ a incidir sobre aportes acima de R$ 300 mil a partir da data de entrada em vigor do decreto, dentro da mesma seguradora. Em 2026, a regra serĂĄ ampliada para aportes acima de R$ 600 mil, considerando o montante em diferentes entidades.
Para Margareth, as medidas nĂŁo sĂŁo suficientes para lidar com o problema fiscal enfrentado pelo paĂ­s. “É preciso, sim, rever os gastos pĂșblicos e nĂŁo sĂł querer arrecadar, porque quanto mais vocĂȘ arrecada, mais eles gastam. E aĂ­ sĂŁo todos os Poderes, inclusive o Legislativo”, afirmou.
A senadora criticou ainda o uso de emendas parlamentares como moeda de troca em debates fiscais. “SĂŁo emendas que nĂŁo tĂȘm fim, aĂ­ o Executivo fala que, se nĂŁo aprovar o IOF, temos que cortar emendas. Um fica tomando do outro? Como assim?”, questionou.
Margareth tambĂ©m defendeu que a responsabilidade pela crise fiscal seja compartilhada. “É direto na cesta bĂĄsica, Ă© direto na casa prĂłpria. Quem paga Ă© o contribuinte. Sempre Ă© o contribuinte que paga. EntĂŁo nĂŁo adianta nĂłs falarmos de A, de B ou C, todo mundo Ă© culpado nessa histĂłria”, declarou.
Em resposta Ă s crĂ­ticas ao novo decreto, a ministra das RelaçÔes Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nas redes sociais que a medida sinaliza o compromisso do Executivo com o equilĂ­brio fiscal. “O novo decreto atende questĂ”es apontadas pelos lĂ­deres e Ă© necessĂĄrio para a execução orçamentĂĄria dentro do arcabouço aprovado pelo Legislativo”, escreveu.

 

Fonte: Olhar Direto

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidåria que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.