âO IOF nĂŁo tem condiçÔes de votar, nĂŁo tem condiçÔes de aprovar, Ă© algo que vai impactar na vida de todos os brasileiros. E a LCA e a LCI vĂŁo impactar no agro, quer dizer, comida mais cara na mesa dos brasileirosâ, disse Margareth em entrevista Ă imprensa.
A declaração ocorre no mesmo dia em que a CĂąmara dos Deputados analisa um pedido de urgĂȘncia para votação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que visa sustar os efeitos do novo decreto do Executivo. O requerimento, apresentado pelo lĂder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), tem apoio de partidos como PP, Republicanos e UniĂŁo Brasil â integrantes da base aliada do governo.
O novo decreto, publicado na semana passada, alterou a tributação do IOF em operaçÔes como emprĂ©stimos, aplicaçÔes em VGBL e ârisco sacadoâ. O governo recuou parcialmente da alta promovida em maio, reduzindo a alĂquota fixa de 0,95% para 0,38%, mas manteve a alĂquota diĂĄria em 0,0082%.
No caso do VGBL, o imposto passarĂĄ a incidir sobre aportes acima de R$ 300 mil a partir da data de entrada em vigor do decreto, dentro da mesma seguradora. Em 2026, a regra serĂĄ ampliada para aportes acima de R$ 600 mil, considerando o montante em diferentes entidades.
Para Margareth, as medidas nĂŁo sĂŁo suficientes para lidar com o problema fiscal enfrentado pelo paĂs. âĂ preciso, sim, rever os gastos pĂșblicos e nĂŁo sĂł querer arrecadar, porque quanto mais vocĂȘ arrecada, mais eles gastam. E aĂ sĂŁo todos os Poderes, inclusive o Legislativoâ, afirmou.
A senadora criticou ainda o uso de emendas parlamentares como moeda de troca em debates fiscais. âSĂŁo emendas que nĂŁo tĂȘm fim, aĂ o Executivo fala que, se nĂŁo aprovar o IOF, temos que cortar emendas. Um fica tomando do outro? Como assim?â, questionou.
Margareth tambĂ©m defendeu que a responsabilidade pela crise fiscal seja compartilhada. âĂ direto na cesta bĂĄsica, Ă© direto na casa prĂłpria. Quem paga Ă© o contribuinte. Sempre Ă© o contribuinte que paga. EntĂŁo nĂŁo adianta nĂłs falarmos de A, de B ou C, todo mundo Ă© culpado nessa histĂłriaâ, declarou.
Em resposta Ă s crĂticas ao novo decreto, a ministra das RelaçÔes Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nas redes sociais que a medida sinaliza o compromisso do Executivo com o equilĂbrio fiscal. âO novo decreto atende questĂ”es apontadas pelos lĂderes e Ă© necessĂĄrio para a execução orçamentĂĄria dentro do arcabouço aprovado pelo Legislativoâ, escreveu.
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Fonte: Olhar Direto