Marca chinesa de carros assume posto deixado por montadora tradicional no Brasil: O início de uma nova era?

Segundo o governador do estado da Bahia, na próxima terça-feira, dia 4 de julho, a marca de carros BYD irá anunciar publicamente a aquisição da antiga fábrica da Ford, em Camaçari – BA. As negociações começaram no ano passado, mas só agora a montadora chinesa fechou o negócio. 

Marca de carros BYD produzirá na antiga fábrica da Ford

No lançamento do Dolphin no último dia 28 de junho, a marca já tinha dado a entender que a compra da fábrica de Camaçari já estava como certa. Quando concretizada, a BYD fará uma verdadeira revolução na indústria automotiva local. 

Atualmente, os modelos vendidos no Brasil da marca são importados da China e por conta da boa receptividade do público daqui, a marca decidiu produzir nacionalmente. E os planos são ousados, com a produção desde carros a ônibus, passando pelas baterias exclusivas. 

Antes, a fábrica de Camaçari era responsável pela fabricação do Ford Ka (nas versões hatch e sedã) e o SUV Ecosport. O complexo possui uma grande área, o que permitirá que a chinesa possa desenvolver um polo forte, eficiente, o que fará da planta a maior da BYD fora da China.

Agora, possivelmente a marca vai ampliar significativamente as vendas no país. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2023, a marca vendeu 1.002.591 unidades, um aumento de 97% na comparação anual.

Entre os modelos que possivelmente serão produzidos aqui estão o próprio Dolphin, além do Song Plus e os demais veículos já vendidos no país, como o D1, Tan, Han e Yuan Plus. O mais em conta é o Dolphin que chegará a R$ 149.990, no entanto os demais partem dos R$ 200 mil.  

A confirmação sobre a nova produção local foi feita pelo governador da Bahia, através das redes sociais:

BYD segue contra o fluxo das montadoras

Enquanto a Ford encerrou a produção nacional e outras montadoras planejam fazer o mesmo, a BYD aposta no mercado brasileiro. O principal motivo é o grande potencial do mercado em aceitar os carros eletrificados. 

Em entrevista ao Jornal Globo, a vice-presidente da marca, Stella Li destacou a forte vocação do Brasil para a eletrificação da frota. 

“Se observarmos a matriz elétrica do Brasil, é composta por 75% de energia hidrelétrica e agora há uma parcela considerável de energia solar. No Brasil, a eletrificação é o destino, não há como voltar atrás, porque vocês já têm uma matriz elétrica muito limpa aqui naturalmente”, declarou. 

Quando indagada sobre as montadoras que estão deixando o país, Stella destacou a mudança no mercado:

“Os dados mostram que se você dirige um carro elétrico, você economiza muito dinheiro, é mais barato. Então, esse tipo de informação está sendo percebida pelo consumidor”, afirmou. “Após dirigir por 6 meses ou 1 ano, você vai perceber que vai economizar. Assim, o mercado vai aquecer”, enfatizou.