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Manifestação em Brasília pede acesso a medicamentos contra câncer

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Pacientes oncológicas e integrantes da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) realizaram nesta quarta-feira (9) uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, em Brasília, para reivindicar o acesso a tratamentos destinados ao câncer de mama avançado e metastático no Sistema Único de Saúde (SUS), já aprovados, mas ainda não ofertados.

Segundo a coordenadora de comunicação da Femama, Mely Paredes, o objetivo é sensibilizar as autoridades para garantir o fornecimento de medicamentos previstos no Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do câncer de mama, documento publicado em dezembro de 2024 que regulamenta as linhas de cuidado e padroniza o tratamento da doença.

A mobilização faz parte da campanha PCDT Rosa: quantos passos faltam?, que simboliza o tempo de espera entre a aprovação oficial e a efetiva disponibilização das terapias na rede pública. Em junho de 2025, completaram-se seis meses da publicação do PCDT sem que os medicamentos tenham chegado a todas as pacientes. Apesar de receberem outras opções, as mulheres atendidas pelo SUS não têm acesso às medicações consideradas mais adequadas para casos avançados.

O protocolo busca garantir diagnósticos mais rápidos e tratamentos padronizados, mas grande parte das pacientes com câncer de mama avançado não usufrui dos novos medicamentos incorporados, o que, segundo a Femama, compromete a qualidade de vida e a sobrevida dessas mulheres.

Entre os medicamentos incorporados estão inibidores de ciclina e o trastuzumabe entansina, autorizados por portarias em 2021 e 2022. Para a Femama, essas inclusões foram apenas o primeiro passo de uma jornada mais longa, evidenciada pela campanha que transforma o percurso em “passos dados”, ressaltando o atraso na implementação completa.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam cerca de 74 mil novos casos anuais da doença no Brasil. A Femama lembra que aproximadamente 75% da população depende exclusivamente do SUS, reforçando a urgência em garantir a igualdade no acesso ao tratamento.

Casos como o de Cintia Cerqueira, 49 anos, ilustram o problema. Diagnosticada em 2018, com metástases nos ossos e no cérebro já em 2019, ela precisou recorrer à Justiça para ter direito ao tratamento indicado. Mesmo após a decisão, aguardou cerca de oito meses para recebê-lo. “Eles cuidam de quem tem chance de cura, mas não dos que não têm. Antes eu não andava, hoje caminho. Mudou minha vida completamente”, relatou.

Cintia também desabafou sobre a dor de saber que existe um medicamento capaz de prolongar sua vida, mas inacessível pelo SUS. Para ela, o pedido é por um direito igual ao de quem tem um câncer primário, destacando a urgência de quem convive com a metástase.

Fonte: cenariomt

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