Em mais uma mudança no alto escalão em menos de uma semana, Cida Gonçalves entrou na lista de demissões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Márcia Lopes foi nomeada a nova ministra das Mulheres nesta segunda-feira, 5.
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou e deu posse, na manhã desta segunda-feira, 5 de maio, à assistente social e professora Márcia Lopes para o cargo de ministra das Mulheres, até então ocupado por Cida Gonçalves”, informou o Palácio do Planalto, em nota.

Ainda segundo o Planalto, a exoneração de Cida Gonçalves e a nomeação de Márcia Lopes vão ser publicadas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira.
A saída de Cida Gonçalves do governo petista já era prevista desde o ano passado. Vista como ineficiente por integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT), a então ministra foi mantida no cargo pela primeira-dama Janja Lula da Silva.

Na sexta-feira passada, 2, Cida Gonçalves foi ao Palácio do Planalto e conversou com o presidente por cerca de 20 minutos. O acerto sobre sua demissão e substituição por Márcia Lopes ocorreu durante o encontro.
O empurrão para a demissão da ativista foi uma denúncia de ex-servidoras do Ministério das Mulheres, na qual ela é acusada de praticar assédio moral e promover um ambiente de trabalho hostil dentro da pasta.

Cida foi formalmente acusada por ex-servidoras de praticar assédio moral e promover um ambiente de trabalho hostil dentro da pasta. Segundo as denúncias, ela teria gritado com subordinadas, feito , pressionado por entregas em prazos impossíveis e deslegitimado a atuação de gestoras de quem discordava.
As denúncias demonstram que a ministra utilizava a hierarquia de forma rígida para isolar e enfraquecer quem não pertencia ao seu grupo de confiança. Com a exoneração da secretária Carmen Foro, Cida Gonçalves teria deixado claro que pretendia afastar também os servidores ligados a ela.
Márcia é assistente social, professora e militante do Partido dos Trabalhadores desde 1982. É formada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde também lecionou por mais de três décadas. Durante a juventude, participou ativamente do movimento estudantil.
Sua carreira política começou nos anos 1990, como secretária de Assistência Social em Londrina. Em nível federal, foi nomeada ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome pelo presidente Lula, onde ficou responsável por gerenciar um orçamento de R$ 40 bilhões voltado a programas sociais de grande alcance.
Durante sua gestão no órgão, Márcia teve como destaque a condução do Bolsa Família, então principal programa de transferência de renda do governo federal, além de ampliar a estruturação do Sistema Único de Assistência Social, responsável por fortalecer os Centros de Referência de Assistência Social () em todo o país.
Ao deixar o ministério, em 2011, foi convidada a integrar o Instituto Lula e recusou propostas internacionais para concorrer à Prefeitura de Londrina em 2012, quando ficou em terceiro lugar. Em 2022, voltou à cena política nacional como integrante do grupo de transição do governo Lula na área.
Fonte: revistaoeste