Saúde

Lobo selvagem usa ferramenta pela primeira vez ao roubar armadilha em vídeo impressionante

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Em 2023, indígenas da nação Haíɫzaqv, no Canadá, começaram a notar algo estranho em suas armadilhas de caranguejo: elas estavam sendo danificadas, e as presas, roubadas. Sem saber quem – ou o quê – era responsável pelos roubos, os primeiros suspeitos foram leões-marinhos, focas e lontras. 

Afinal, a armadilha fica submersa, e faria sentido que a travessura fosse obra de algum predador aquático. Entretanto, quando eles instalaram câmeras para monitoramento das armadilhas, encontraram um culpado radicalmente diferente. 

Ou melhor, uma culpada. Uma loba-cinzenta (Canis lupus) aparece na filmagem puxando a linha e içando a armadilha até a praia. Então, ela rasga a rede, remove o recipiente da isca e, finalmente, desfruta do seu lanchinho. 

Como se tivesse experiência em arquitetar saques ao Museu do Louvre, a loba conclui sua missão e parte em menos de três minutos. A sequência não é simples: o animal compreendeu que a armadilha continha comida, mesmo estando escondida debaixo d’água, e parecia entender exatamente quais passos precisava dar para acessar a guloseima.

Não se sabe ao certo como eles aprenderam o truque – os animais podem ter observado os Haíɫzaqv resgatando a comida, ou o seu olfato aguçado pode ter permitido farejar as iscas da armadilha. 

O fato é que alguns cientistas sugerem que as imagens podem registrar a primeira evidência de uso de ferramentas por lobos selvagens, em um estudo publicado recentemente na revista científica Ecology and Evolution.

Esse é um marco importante: não basta apenas usar um objeto. É preciso manipulá-lo, transformá-lo de alguma forma. Há muito tempo, essa habilidade já chegou a ser considerada definidora da diferença entre humanos e outros animais, mas, hoje, já foi documentada em várias espécies, como outros primatas, golfinhos, corvos e elefantes. 

“O uso de ferramentas tem sido observado de forma desproporcional em animais domésticos, presumivelmente porque as vidas  seguras desses animais permitem mais tempo para comportamento exploratório, e/ou eles são observados com muito mais frequência por humanos”, escreveram os autores. 

Como o vídeo foi gravado numa área protegida pelos povos indígenas Haíɫzaqv, os lobos da região estão sob menos ameaças do que em outras áreas, e, por isso, podem ter tido mais chance de explorar comportamentos inovadores.

Há quem argumente que o comportamento dos lobos representa o uso de objetos, e não o uso de ferramentas. A definição entre um e outro não é clara, mas de uma coisa não há dúvida: os vídeos mostram que a inteligência desses animais pode nos surpreender.

Fonte: abril

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