O ex-integrante do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski vai ser o prĂłximo ministro da Justiça e Segurança PĂșblica. Para assumir o posto no Poder Executivo, ele vai ter de abrir mĂŁo de trabalhos como advogado. TambĂ©m deixarĂĄ de atuar como conselheiro de entidades.
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Depois que deixou o STF, , Lewandowski passou a atuar como advogado. Um mĂȘs depois de deixar a Corte, , companhia que controla os negĂłcios dos irmĂŁos Joesley e Wesley Batista, como o frigorĂfico JBS, o Banco Original e a fabricante de papel e celulose Eldorado Brasil.
Como advogado da J&F, um dos processos sob cuidados do ex-ministro do Supremo envolve cifras bilionĂĄrias. Lewandowski passou a representar juridicamente os interesses da famĂlia Batista em processo contra a Paper Excellence, da IndonĂ©sia. Em 2017, a J&F concordou em vender 100% dos ativos da Eldorado Brasil para a companhia asiĂĄtica. O negĂłcio envolveria o pagamento de R$ 15 bilhĂ”es.
No meio do caminho, no entanto, as duas companhias passaram a trocar acusaçÔes. No momento, a J&F é a sócia majoritåria da Eldorado Brasil, com controle de 50,59% das açÔes. Por ora, .
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Agora, ao aceitar o convite para se tornar integrante do , o ex-magistrado vai ter de deixar a sociedade que tem com a mulher no comando de um escritĂłrio de advocacia localizado em BrasĂlia. Ele havia reativado o registro na Ordem dos Advogados do Brasil depois de deixar o STF.
Advogado com honorĂĄrios milionĂĄrios
De acordo com a jornalista Malu Gaspar, colunista de O Globo, só o contrato de advogado junto à J&F rendeu a Lewandowski cerca de R$ 2,8 milhÔes. De acordo com a publicação, foram R$ 800 mil só para apresentar relatório em favor do grupo no processo contra a Paper. Além disso, foram pagos mensalmente R$ 250 mil desde maio.
Lewandowski: advogado e conselheiro de entidades


Prestes a se tornar ministro da Justiça, Lewandowski vinha acumulando o trabalho de advogado com a de conselheiro de entidades. No Tribunal Permanente de RevisĂŁo do Mercosul, ele vinha atuando como ĂĄrbitro â posição que alçou justamente por meio de indicação feita pelo governo Lula. Na Corte, ele trabalha com o desafio de moderar conflitos entre membros do bloco econĂŽmico, com honorĂĄrios de atĂ© US$ 2 mil por ação.
AlĂ©m disso, o ex-ministro do STF Ă© o presidente do Conselho de Assuntos JurĂdicos da Confederação Nacional da IndĂșstria. Ele assumiu o cargo, que nĂŁo conta com remuneração, assim que o colegiado foi criado, em maio do ano passado.
Por fim, Lewandowski é presidente do Observatório da Democracia. Trata-se, a saber, de centro de estudos lançado em setembro de 2023 pela , órgão que compÔe o primeiro escalão do governo federal. Mesmo como ministro da Justiça, o ex-magistrado poderå seguir nessa função, que não é remunerada.
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Fonte: revistaoeste