O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, decidiu tornar público seu cartão de vacina. Isso ocorreu na tarde desta segunda-feira, 24, horas depois de o portal Metrópoles informar que o magistrado havia imposto sigilo de cem anos no documento.
No documento enviado por Lewandowski ao Metrópoles, é possível ver que o ministro recebeu duas doses da vacina chinesa Sinovac/Butantan em 2021. Depois, tomou mais quatro reforços da norte-americana Pfizer, entre 2021 e 2024. Veja:

Já a ministra da Saúde, Nísia Trindade, não tomou todas as doses recomendadas para a idade dela. De acordo com a determinação da própria ministra, no documento , publicado no ano passado, pessoas a partir de 60 anos devem receber uma dose a cada seis meses.
Registros também obtidos pelo Metrópoles mostram que Nísia tomou um reforço em fevereiro de 2024, mas não recebeu a dose seguinte, prevista para agosto do mesmo ano. O ministério confirmou que a ministra tomou seis doses, mas não completou o reforço em 2023.
O ministro adotou a mesma medida do ex-presidente Jair Bolsonaro e impôs sigilo de cem anos sobre seus registros de imunização, incluindo vacinas além da covid.
O Metrópoles havia solicitado o cartão de vacinas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). O Ministério da Justiça negou o pedido, ao alegar que se tratava de informações pessoais.
“Entende-se que a solicitação em questão não pode ser atendida, uma vez que os dados solicitados referem-se à saúde e estão vinculados a uma pessoa natural, configurando-se como dados pessoais sensíveis”, escreveu o ouvidor-geral do MJSP, Sergio Gomes Velloso, em decisão referendada pelo próprio Lewandowski em 10 de fevereiro.
Embora o certificado de vacinação contra a covid tenha sido divulgado, os registros de outras vacinas, como a da dengue, permanecem sob sigilo.
Fonte: revistaoeste