Assim como o haka é um ritual póstumo e uma manifestação cultural do povo Maori, da Nova Zelândia, a cerimônia do Kuarup passa a ser reconhecida como uma manifestação cultural do Brasil, tendo a morte, o luto e a recordação de entes queridos e homenagens aos mortos como seus principais temas.
A cerimônia do Kuarup passou a ser uma manifestação da cultura nacional, conforme o Projeto de Lei (PL 6.177/2019) aprovado pela Comissão de Educação e Cultura (CE) do Senado Federal em 17 de dezembro, o ritual indígena tem como tema morte, luto e a homenagem aos mortos como seus principais temas.
O Kuarup reúne diversas etnias do Alto Xingu e é realizado entre agosto e setembro no Parque Nacional do Xingu, no norte de Mato Grosso e reflete a filosofia indígena de que a continuidade da existência e a harmonia comunitária são fundamentais mesmo após a perda de entes queridos.
Prática religiosa tradicional dos povos indígenas, o Kuarup celebra Mavutsinim, a divindade criadora que, segundo a tradição, moldou o mundo e os primeiros homens a partir dos troncos da árvore Kuarup.
Na tentativa de ressuscitar os mortos, Mavutsinim transforma troncos de madeira em seres humanos por meio de um ritual complexo, que inclui cânticos, danças e celebrações comunitárias.
Os troncos ornamentados e a interação com a natureza, desempenham um papel essencial nesse rito, que busca honrar os ancestrais e fortalecer os laços comunitários.
Por fim, o ponto alto da cerimônia ocorre quando os troncos são lançados simbolicamente na água, representando despedida, transformação e transcendência.
Fonte: primeirapagina