Kevin Feige admite falha da Marvel, mas garante mudanças significativas em novo rumo editorial

Não é segredo que a Marvel Studios está . A deterioração do MCU, seu universo cinematográfico, é algo palpável que notamos há anos, reconhecido pela própria empresa, e parece claro que há uma sobrecarga de conteúdo. Por isso, medidas foram necessárias, e agora , chefão da empresa, confirmou mais uma vez que haverá uma redução drástica no volume de projetos.

Em uma coletiva de imprensa no estúdio da Disney em Burbank, Feige reconheceu que a produção geral será limitada, anunciando um máximo de três filmes por ano. No entanto, o ajuste mais radical será na área televisiva.

Menos quantidade, mais clareza

As séries da Marvel ficarão muito mais espaçadas, a ponto de poderem chegar a apenas uma por ano. Além disso, a conexão que elas têm com os filmes também será reduzida – para evitar que os espectadores sintam a necessidade de acompanhar absolutamente tudo o que é lançado.

Isso representa uma mudança estratégica dentro do MCU, que até agora se caracterizava por sua continuidade narrativa em todas as plataformas. E há uma explicação para isso: Feige observou que o novo modelo é mais inspirado na era anterior ao boom do streaming, quando séries como , ou operavam com quase total autonomia do universo cinematográfico. “Acho que estamos voltando a permitir que uma série de TV seja uma série de TV”, indicou o executivo.

Responder à pergunta se a Marvel fracassou ultimamente é bater na mesma tecla. Mas o próprio Kevin Feige sabe que até bons filmes “fracassaram”, apesar de sua qualidade, como o recente .

Feige reconhece que o MCU tem passado por uma expansão vertiginosa ultimamente. Nos últimos seis anos, foram produzidas 127 horas de conteúdo, em comparação com 50 horas nos oito anos anteriores. Segundo ele, embora tenhamos tido obras de destaque como as séries e , foi “a expansão descontrolada que, sem dúvida, desvalorizou” a produção da Marvel Studios, sobrecarregando o público com um excesso de histórias interconectadas.

Ele argumenta que, no auge da guerra do streaming e em meio à pandemia, a empresa queria responder à necessidade de mais conteúdo. “Foi um grande impulso para a empresa, e não foi preciso muita pressão para dizermos: ‘As pessoas estavam pedindo pela há anos… Façam!’. A diversão nasceu de boa-fé, mas acabou sendo demais para assimilar.”

Feige também notou que esse excesso criou uma percepção negativa porque o público de repente teve que estudar para acompanhar a franquia, e isso tirou um pouco da diversão das produções da Marvel. “Acho que foi essa expansão que levou as pessoas a perguntarem: ‘Preciso assistir a tudo isso? Era divertido antes, mas agora preciso saber tudo sobre tudo isso?'”

E o impacto foi especialmente perceptível no filme , onde muitos espectadores se perguntaram quem eram os personagens coadjuvantes e onde algumas partes necessárias para a compreensão da história completa foram omitidas, pois se presumiu que o público já havia feito a lição de casa antes de assistir ao novo lançamento. Um erro que levou ao .

Feige reconheceu os danos de bilheteria causados por essa decisão de contar histórias que incluíam personagens desenvolvidos principalmente em séries do Disney+, cuja compreensão dependia de o público tê-los visto… e se lembrado deles.

“Algumas pessoas ainda estavam sentindo os efeitos daquela ideia de: ‘Acho que eu deveria ter visto outros programas para entender quem ele é’. Acho que ainda precisamos garantir que o público entenda isso.”

No entanto, ainda há espaço para melhorias, e a Marvel garante que já está trabalhando para mudar a situação. O objetivo é evitar a suposta e fazer com que o público sinta que não precisa assistir a todas as séries e filmes para entender tudo.

Um bom exemplo é o novo . Quando Feige foi questionado se o que acontece em Thunderbolts, onde Manhattan é envolta em escuridão, afetaria a série do Demolidor, o produtor respondeu categoricamente “não”, deixando claro que tentará dar a cada produção sua própria identidade, sem precisar depender narrativamente de outras.

Embora isso não signifique que não haverá crossovers ocasionais. , que interpreta o , aparece em Demolidor: Renascido, está ganhando seu próprio spin-off e também aparecerá em ao lado de . No entanto, como Kevin Feige enfatizou, tal crossover não mudará a tendência geral: “Temos ótimos atores interpretando ótimos personagens, e acho que seria divertido vê-los em vários lugares. Mas a produção será muito menor.”

Essa redução já está tendo um impacto tangível em vários projetos. Duas das séries mais aguardadas ultimamente foram e , que ficaram em hiato há mais de um ano, apesar de já terem concluído as filmagens. Feige reconhece que isso não é o ideal e que eles tentarão evitar: “Não gosto de coisas paradas nas prateleiras. É horrível.”

Coração de Ferro já está disponível no Disney+, mas Wonder Man em particular foi prejudicada por sua abordagem arriscada e autoconsciente, com um tom que mistura sátira e super-heróis.

De qualquer forma, há esperança para a Marvel: Feige está confiante de que, com a nova estratégia, o estúdio eventualmente recupere o foco e o prestígio, e está convencido de que existe uma possibilidade de recuperação. Um exemplo da nova abordagem é , concebido como uma obra de época com uma estética única e que “não requer pesquisa prévia”, segundo Feige.

Portanto, não se preocupe se você não leu nenhuma história em quadrinhos ou assistiu a filmes anteriores da Marvel: agora tudo estará acessível para todos.