A juíza federal norte-americana Patricia Tolliver Giles impediu nesta quinta-feira, 20, a deportação do pesquisador indiano Badar Khan Suri, preso pelo governo Trump sob a acusação de disseminar propaganda pró-Hamas e antissemitismo.
Giles determinou que o cientista “não deve ser removido dos Estados Unidos, a menos e até que o Tribunal emita uma ordem em contrário”. Seu advogado, Hassan Ahmad, disse que seu cliente foi alvo das autoridades por causa de suas postagens nas redes sociais e da “identidade de sua mulher, Mapheze Saleh, como “.
“Dr. Suri é um acadêmico, não um ativista”, disse. “Ele se manifestou nas redes sociais sobre suas opiniões sobre a guerra Israel-Gaza. Além disso, sua mulher é uma crítica ferrenha do governo israelense e da violência que ele tem perpetrado contra os palestinos.”
O advogado argumentou que as autoridades não forneceram nenhuma evidência de que ele tenha cometido crimes e que sua detenção viola seus direitos de . Suri, que não tem antecedentes criminais, possui um visto que autoriza sua permanência nos EUA como acadêmico visitante.
“A administração Trump expressou abertamente sua intenção de usar a lei de imigração como arma para punir não cidadãos cujas opiniões sejam consideradas críticas à política dos EUA em relação a Israel”, denunciou o advogado.
Estudante indiano foi acusado de antissemitismo
Suri foi acusado de “disseminar propaganda do Hamas e promover o antissemitismo nas redes sociais”, segundo a secretária-assistente de Segurança Interna, Tricia McLaughlin. Ele foi preso na noite da última segunda-feira, 17, em sua casa na Virgínia, onde mora com sua mulher e seus três filhos, com idades entre cinco e nove anos.
Agentes mascarados “se recusaram a informar a razão da prisão, algemaram-no e o forçaram a entrar em um SUV preto sem identificação”, de acordo com seu advogado. “A mulher do Dr. Suri chegou rapidamente ao local e implorou por respostas; os agentes apenas disseram que eram do Departamento de Segurança Interna.”
“Sinto-me completamente insegura e não consigo parar de olhar para a porta, aterrorizada de que alguém venha e leve a mim e às crianças também”, disse Saleh, em depoimento à polícia norte-americana.

O Centro Alwaleed para Compreensão Muçulmano-Cristã da Universidade de Georgetown, onde Suri é pós-doutorando, afirmou em comunicado que sua prisão faz parte de uma “campanha do governo Trump para destruir o ensino superior nos Estados Unidos e punir seus opositores políticos”.
Suri foi posteriormente levado para um centro de detenção na Louisiana, de acordo o governo. Seus advogados buscam sua libertação imediata e a suspensão do processo de deportação por meio de um habeas corpus apresentado na terça-feira, 18.
Fonte: revistaoeste