Tecnologia

Jogadores de Pokémon GO sem saber treinaram IA para navegar nas ruas

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VocĂȘ jĂĄ jogou PokĂ©mon Go? O jogo viralizou quando foi lançado em 2016, utilizando uma tecnologia que inovadora de navegação no mundo real. Os jogadores andam pela cidade para capturar novas criaturas e batalhar com oponentes.

No Brasil, a febre ocasionou um bocado de situaçÔes inusitadas, como condiçÔes que atraíam usuårios para a Cracolùndia de São Paulo ou para o interior do Senado durante a Comissão que discutia o impeachment.

O sucesso caiu depois de alguns meses, mas o jogo mantém uma base fiel de usuårios até hoje. Agora, a empresa por trås do Pokémon Go, a Niantic, anunciou que estå utilizando os dados coletados pelo jogo para criar um modelo de IA capaz de compreender e navegar pelo mundo físico.

Em uma postagem de blog, a Niantic diz que estĂĄ construindo um Large Geospaciel Model (LGM), ou “Modelo Geoespacial Grande”. O nome Ă© uma referĂȘncia direta aos Large Language Models (LLMs), treinados em grandes quantidades de texto extraĂ­do da Internet para processar e produzir linguagem natural. É esse tipo de tecnologia que embasa ferramentas de IA como o Chat GPT e o Gemini.

A nova ferramenta deve ser capaz de se localizar e compreender espaços tridimensionais de uma forma mais complexa do que a atual. Quando diferentes jogadores escaneiam um mesmo local, o jogo começa a construir uma base de dados que compreende aquele local sob diferentes ùngulos, luzes e épocas do ano.

Para a empresa, tambĂ©m Ă© relevante que os locais em que os jogadores navegam, geralmente, nĂŁo sĂŁo acessĂ­veis por carros. Justamente por isso, sĂŁo espaços mais difĂ­ceis de serem mapeados – a nĂŁo ser que vocĂȘ seja uma empresa com um acervo de mais de 10 milhĂ”es de locais no mundo.

Imagem do grande modelo geoespacia (Mapa Mundi).
Locais mapeados em 3D pela Niantic, empresa por trås do jogo Pokemon GO. (nianticlabs.com/Reprodução)

“A LGM permitirĂĄ que os computadores nĂŁo apenas percebam e compreendam espaços fĂ­sicos, mas tambĂ©m interajam com eles de novas maneiras, formando um componente essencial dos Ăłculos de realidade aumentada e de outros campos, incluindo robĂłtica, criação de conteĂșdo e sistemas autĂŽnomos.” diz o post no blog da Niantic. 

A Niantic afirma que a inteligĂȘncia artificial geoespacial “se tornarĂĄ o futuro sistema operacional do mundo.” O post cita um exemplo prĂĄtico que ilustra o que a LGM deve ser capaz de compreender:

“Imagine-se atrĂĄs de uma igreja. Vamos supor que o modelo local mais prĂłximo tenha visto apenas a entrada da frente dessa igreja e, portanto, nĂŁo serĂĄ capaz de dizer onde vocĂȘ estĂĄ. O modelo nunca viu a parte de trĂĄs do prĂ©dio. Mas, em escala global, vimos muitas igrejas, milhares delas, todas capturadas por seus respectivos modelos locais em outros lugares do mundo. Nenhuma igreja Ă© igual Ă  outra, mas muitas compartilham caracterĂ­sticas comuns. Um LGM Ă© uma forma de acessar esse conhecimento distribuĂ­do.”

Assim, o sistema seria capaz de compreender o conceito da igreja e utilizar o conhecimento genérico sobre esse tipo de local para fazer suposiçÔes, mesmo sem saber informaçÔes específicas.

Um sistema de IA desse tipo poderia orientar robĂŽs a navegarem autonomamente pelo mundo, uma capacidade que pode ser valiosa por vĂĄrias razĂ”es – seja para entregar encomendas em vizinhanças ou armas em campos de guerra.

A obtenção dos dados

Segundo a empresa, os dados utilizados para treinar a IA foram obtidos em uma interação específica de escaneamento local, e não em qualquer interação do jogo. 

“Esse recurso de escaneamento Ă© totalmente opcional – as pessoas precisam visitar um local especĂ­fico acessĂ­vel ao pĂșblico e clicar para escanear. Isso permite que a Niantic ofereça novos tipos de experiĂȘncias de realidade aumentada para as pessoas aproveitarem. O simples fato de andar por aĂ­ jogando nossos jogos nĂŁo treina um modelo de IA.”, afirma um adendo que foi acrescentado ao post apĂłs a repercussĂŁo do anĂșncio.

Esse tipo de escaneamento Ă© o que permite o funcionamento de recursos como o “PokĂ©mon Playgrounds”, em que o usuĂĄrio pode colocar um PokĂ©mon em um local especĂ­fico, e ele permanecerĂĄ lĂĄ, para que outros vejam e interajam. Com o mapeamento detalhado dos espaços, a correlação entre os locais do mundo virtual e do mundo real chega a ter “precisĂŁo de centĂ­metros”.

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Fonte: abril

Sobre o autor

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FĂĄbio Neves

Jornalista DRT 0003133/MT - O universo de cada um, se resume no tamanho do seu saber. Vamos ser a mudança que, queremos ver no Mundo