O pico de acionamentos em 2025 ocorreu em janeiro, com 178 ocorrências, seguido de setembro (173) e abril (143). Em 2024, fevereiro e abril lideraram, ambos com 112 registros. Os meses de maio e junho também se destacaram no ano passado, com 80 chamados cada.
Entre os municípios, Cuiabá lidera com 404 ocorrências, quase o dobro das 185 registradas no ano passado. Na sequência aparecem Várzea Grande (143), Rondonópolis (106), Tangará da Serra (87), Sinop (76) e Primavera do Leste (56). Em todos eles, houve crescimento significativo.
Segundo o diretor operacional adjunto do CBMMT, major Felipe Mançano Saboia, as abelhas respondem pela maior parte dos atendimentos, principalmente quando formam enxames próximos a residências ou áreas públicas movimentadas.
“Na maioria das vezes, essas ocorrências não oferecem risco imediato, mas é necessário ter cautela. Em enxames maiores, os insetos podem se sentir ameaçados e atacar, causando ferimentos em pessoas e animais. O perigo é ainda maior para pessoas alérgicas, idosos e crianças. Por isso, orientamos que a população evite qualquer aproximação e acione o Corpo de Bombeiros”, destacou.
Para o professor de Apicultura da UFMT, Afonso Lodovico Sinkoc, o aumento das ocorrências “tem relação direta com o comportamento das abelhas africanizadas, que intensificam a enxameação no início das floradas, quando há maior oferta de alimento”.
“A enxameação é o processo natural de multiplicação das colônias. As abelhas africanizadas são altamente enxameadoras, e a melhoria na disponibilidade de alimento favorece esse processo. Isso explica o crescimento observado de 2024 para 2025”, afirma.
Ele aponta ainda que o salto no número de enxames se reflete diretamente nas áreas urbanas, onde a população tende a acionar o Corpo de Bombeiros diante de qualquer ameaça aparente.
“Os maiores aumentos ocorreram justamente em cidades grandes, como Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Sinop. Em Cuiabá, por exemplo, o crescimento chega a cerca de 115%”, explica.
– Evite movimentos bruscos ao se deparar com um enxame.
– Use roupas protetoras ao trabalhar em jardins ou áreas rurais.
– Mantenha alimentos e bebidas cobertos em ambientes abertos.
– Oriente crianças a manterem distância e chamarem um adulto.
– Verifique vedação de portas e janelas e instale telas sempre que possível.
– Faça reparos em rachaduras ou frestas.
– Mantenha o ambiente limpo, sem restos de comida ou lixo acumulado.
– Evite água parada para impedir a proliferação de insetos.
A orientação da Secretaria de Estado de Saúde (SES) é lavar a área com água e sabão, retirar ferrões e aplicar compressas frias. Pessoas alérgicas devem buscar atendimento imediato se houver dificuldade de respirar ou inchaço na garganta.
Em casos de múltiplas picadas, o risco de intoxicação é elevado e o atendimento médico deve ser procurado rapidamente.
A recomendação é não tentar remover enxames por conta própria. O Corpo de Bombeiros deve ser acionado pelo telefone 193. Em situações específicas, apicultores especializados também podem auxiliar na retirada.
Fonte: leiagora






