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Economia

Inflação: IPCA traz alívio para seu bolso

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Na terça-feira, o IBGE divulgou o IPCA de janeiro, que foi de apenas 0,16%, a menor inflação para o mês desde o Plano Real, em 1994. O índice também puxou para baixo o acumulado de 12 meses, que agora é de 4,56%, bem perto (mas ainda acima) do limite máximo da banda de tolerância da meta de 3%. Mas, antes de qualquer comemoração, é preciso lembrar que, assim como “pó sabor café” com que muitos brasileiros estão driblando a disparada do preço do verdadeiro café, este IPCA vem apenas com um “sabor alívio” que está muito longe de indicar qualquer tendência de reversão nos preços, ao menos em um futuro próximo.

A razão para isso é bem simples: o IPCA de janeiro só foi baixo assim graças a um evento extraordinário: o chamado “bônus de Itaipu”, que ajudou a reduzir as contas de energia elétrica em 14,21%. O impacto desse crédito no IPCA foi de 0,55 ponto porcentual para baixo, ou seja: sem esse desconto, a inflação de janeiro teria facilmente batido a casa de 0,70%, mais que em janeiro de 2024 e representando aceleração em relação a dezembro do ano passado. E, como em fevereiro não há mais bônus, o IPCA deste mês tem tudo para ser fortemente impactado pelo retorno dos preços de energia aos patamares habituais.

O governo federal continua acreditando que será capaz de conter a escalada da inflação apenas com marketing e viagens presidenciais

De resto, os preços seguem subindo: 3,84% nas passagens de ônibus, 1,82% no etanol, 0,97% no diesel, 0,61% na gasolina, 0,96% no grupo Alimentação e bebidas. O mercado financeiro continua projetando para 2025 uma inflação ainda maior que a do ano passado – na edição mais recente do Boletim Focus, do Banco Central, divulgada na segunda-feira, dia 10, a mediana das estimativas era de 5,58%, a 17.ª elevação seguida na previsão. Mas o governo federal continua acreditando que será capaz de conter a escalada da inflação apenas com marketing e viagens presidenciais que, no fim, são uma antecipação da campanha eleitoral de 2026.

O negacionismo inclui um desejo irreprimível de superar a rainha francesa Maria Antonieta, vítima de uma dessas mentiras tão repetidas que viraram verdades. Afinal, ela jamais disse “que comam brioche” ao ouvir que os camponeses não tinham pão para comer – mas o ministro da Casa Civil, Rui Costa, de fato sugeriu que os brasileiros trocassem a laranja por outra fruta. E Lula não quis ficar atrás dos seus subordinados, afirmando que basta simplesmente não comprar para que os preços caiam. Como se estivéssemos falando de produtos totalmente supérfluos, e não de alimentos e outros gêneros de primeira necessidade – que o presidente e seu entorno podem consumir fartamente, já que a conta é paga com os impostos dos brasileiros, a maioria dos quais luta bravamente para conseguir que sua renda dure até o fim do mês.

Na cabeça de Lula e seus ministros, enfim, se os preços estão altos, a culpa é do povo, que insiste em comprar para poder comer, se vestir ou se deslocar; ou, ainda, é culpa do dólar alto (que encare importações e estimula exportações, reduzindo a oferta interna), que por sua vez é culpa apenas de Donald Trump. Terceirizar a responsabilidade é um clássico do petismo, incapaz de ver que suas políticas gastadoras é que desvalorizam a moeda, dando origem à inflação. Assim, enquanto o governo se ilude achando que não faz nada de errado, tenta iludir o povo com IPCAs artificialmente baixos e acenos a intervencionismos que já se mostraram fracassados no passado. Mas o “sabor alívio” dura pouco, e não demorará muito para os brasileiros voltarem a sentir o forte e amargo gosto da irresponsabilidade petista.

Fonte: gazetadopovo

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