Economia

Inflação desacelera em junho devido a queda nos alimentos, porém energia pressiona

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou junho com alta de 0,24%, marcando o quarto mês consecutivo de desaceleração da inflação. A redução nos preços dos alimentos, que recuaram pela primeira vez em nove meses, foi um dos principais fatores que contribuíram para essa desaceleração.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo alimentação e bebidas caiu 0,18%, influenciado por produtos como ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). A alimentação no domicílio foi decisiva, saindo de 0,02% em maio para -0,43% em junho. De acordo com o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves, a queda é resultado do aumento na oferta de alimentos devido à safra atual.

Apesar da retração dos alimentos, a inflação sentiu o impacto da energia elétrica, que subiu 2,96% no mês, puxada pela aplicação da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos. A energia representou o maior impacto individual no índice, com 0,12 ponto percentual.

Sem considerar a energia elétrica, o IPCA teria ficado em 0,13%, segundo o IBGE. Além da bandeira vermelha, houve reajustes nas tarifas em capitais como Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro.

O índice de inflação em junho de 2025 (0,24%) foi levemente superior ao registrado no mesmo mês do ano passado (0,21%). Ainda assim, o IPCA acumulado em 12 meses está em 5,35%, permanecendo pelo sexto mês consecutivo acima do teto da meta do governo, que é de 4,5%.

Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, apenas o de alimentação e bebidas apresentou queda. Os demais tiveram os seguintes resultados: habitação (0,99%), artigos de residência (0,08%), vestuário (0,75%), transportes (0,27%), saúde e cuidados pessoais (0,07%), despesas pessoais (0,23%), educação (0,00%) e comunicação (0,11%).

O grupo transportes registrou alta de 0,27%, com destaque para o aumento de 13,77% no transporte por aplicativo, apesar da queda de 0,42% nos combustíveis.

O índice de difusão — que mede o percentual de itens com aumento de preços — foi de 54%, o menor desde julho de 2024, quando ficou em 47%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), voltado para famílias com renda de até cinco salários mínimos, também ficou em 0,23% em junho, acumulando alta de 5,18% em 12 meses. No INPC, os alimentos têm peso maior (25%) do que no IPCA (21,86%), o que reflete o impacto diferenciado nos orçamentos de famílias de menor renda.

O INPC é usado como referência para o reajuste de salários em diversas categorias, influenciando diretamente a renda de milhões de trabalhadores brasileiros.

Fonte: cenariomt

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