O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o preço do café moído caiu 1,01% em julho, encerrando um ciclo de 18 meses de alta contínua. No período anterior, o valor do produto quase dobrou, acumulando alta de 99,46%.
Apesar da queda recente, o café ainda apresenta uma alta acumulada de 41,46% no ano e 70,51% nos últimos 12 meses, tornando-se o segundo item com maior impacto na inflação acumulada do período, com peso de 0,30 ponto percentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Apenas as carnes superam o café, respondendo por 0,54 ponto percentual, com aumento de 23,34%.
Motivos da redução
Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IBGE, atribui a queda em julho ao início da colheita, que amplia a oferta do produto no mercado. Ele ressalta que a tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, incluindo o café, entrou em vigor apenas no dia 6 de agosto e, portanto, não influenciou os preços de julho.
“A maior disponibilidade do café durante a colheita tende a reduzir os preços, pois a pressão da demanda diminui”, explica Gonçalves.
Essa maior oferta pode também limitar o impacto do aumento tarifário, caso os produtores brasileiros encontrem dificuldades para exportar para os EUA, já que a tarifa pode encarecer o produto e reduzir a demanda americana.
Fatores climáticos e demanda
A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) destaca que a alta do café nos meses anteriores foi influenciada por eventos climáticos que prejudicaram a safra e pelo aumento do consumo mundial, especialmente na China. Esses elementos foram determinantes para a valorização do preço até junho, antes da recente queda.
Fonte: cenariomt