Após a morte das duas elefantas africanas, Kenya e Pupy, o Santuário de Elefantes Brasil (SEB) em Chapada dos Guimarães (67 km ao Norte de Cuiabá) está temporariamente proibido de receber novos animais até que informações sobre o cumprimento de protocolo de biossegurança e de manejo sejam entregues à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
Mesmo que as últimas fiscalizações apontem que o local é adequado aos animais, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) acompanha o processo de necrópsia das duas elefantas. Diante da apuração e especulações sobre os cuidados dos animais, o Santuário reafirmou que os bichos chegam ao local após anos de cativeiro, já com comorbidades e que a equipe garante uma boa qualidade de vida.
Pupy e Kenya foram as primeiras elefantas africanas a morarem no Santuário. Ambas vieram da Argentina em 2025 e morreram pouco tempo depois, com um intervalo de menos de 3 meses entre os óbitos, Pupy, em outubro e Kenya em dezembro.
No último dia 23 de dezembro, a Sema suspendeu, por cautela, a recepção de novos elefantes no local até que a apuração da causa das mortes de Pupy e Kenya seja finalizada. Por meio de nota, a secretaria reforçou que o local possui licença e autorização regulares, mas foi solicitada uma análise das informações acerca do cumprimento dos protocolos de biossegurança e dos padrões éticos de manejo.
O SEB tem o prazo de 60 dias para entrega dos documentos.
O Ibama afirmou que mesmo que a supervisão primária do SEB seja responsabilidade do Estado, por meio da Sema, fiscalizações anteriores mostraram que o local tem área adequada para a permanência dos animais, além da presença de profissionais capacitados, com técnicos, biólogos e veterinários.
Exames de necrópsia foram solicitados a uma equipe da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e devem estar prontos em cerca de 30 dias, de acordo com o Ibama. Somente os testes serão capazes de mostras a causa dos óbitos.
“A maioria dos animais presentes no Santuário de Elefantes Brasil é proveniente de antigos circos ou de outros países. Sabe-se que boa parte desses elefantes são idosos, apresentam comorbidades e possuem histórico delicado. Eles foram direcionados para esse criadouro a fim de ter mais qualidade de vida e manejo adequados”, afirma trecho da nota do Ibama.
O Santuário de Elefantes, em uma publicação nas redes sociais, reforçou que os animais que chegam ao local apresentam marcas de uma vida de maus-tratos, mas que no local recebem todo o suporte. O SEB afirmou também que surgiram especulações e comentários sobre a possibilidade de as mortes estarem relacionadas ou associadas à falta de cuidados por parte da instituição, mas negou que essa seja a causa dos falecimentos.
“É difícil saber que existem indivíduos e grupos tão contrários ao movimento dos santuários que podem retirar nossas palavras de contexto ou tentar distorcê-las. Esperamos que o compartilhamento dessas informações ajude, ao menos, a encerrar as especulações de que as duas mortes estejam relacionadas entre si ou a uma suposta falta de cuidados adequados”, afirmou o SEB em publicação.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) suspendeu cautelarmente a autorização de funcionamento do Santuário de Elefantes Brasil, impedindo a entidade de receber novos animais até a devida elucidação dos fatos.
Esclareceu que o empreendimento possui licença e autorização vigentes e que a medida de suspensão deve se estender até a obtenção e análise das informações acerca do cumprimento dos protocolos de biossegurança e dos padrões éticos de manejo.
A notificação foi expedida no dia 23 de dezembro. A Associação Santuário de Elefantes Brasil tem um prazo de 60 dias para apresentar as informações e documentos solicitados pelo órgão ambiental.
Veja a publicação do SEB abaixo
Fonte: gazetadigital






