Mato Grosso

Ibama investiga financiadores do garimpo em terra indígena Nambikwara: Operação Xapiri em andamento

Grupo do Whatsapp Cuiabá
2025 word3
Com a conclusão da Operação Xapiri – uma das maiores da história no combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé, que colocou fim às atividades do Garimpo do Cururu -, novas perguntas surgem nos desdobramentos da investigação. O garimpo, que ao longo dos anos devastou cerca de 2 mil dos 64 mil hectares pertencentes à etnia Nambikwara, foi desativado e os garimpeiros removidos da área. A operação também conseguiu neutralizar a atuação de facções criminosas na região. Agora, o desafio é descobrir quem estava por trás de toda a devastação, quem lucrou com o ouro extraído e quem forneceu o maquinário que possibilitou o funcionamento do garimpo em larga escala.

Essas respostas estão no foco das próximas etapas conduzidas pelas forças policiais e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A identificação e responsabilização dos financiadores e fornecedores é considerada etapa fundamental na luta contra o garimpo ilegal e o rastro de destruição ambiental deixado por ele.
Em entrevista exclusiva ao nesta segunda-feira (3), a superintendente do Ibama em Mato Grosso, Cibele Ribeiro, explicou que o trabalho atual está concentrado em rastrear as empresas envolvidas na locação de máquinas pesadas.
“Estamos tentando fazer as conexões com as empresas que podem estar atuando como laranjas na locação desses maquinários. Essa é uma etapa tratada diretamente pelo Ibama, porque está ligada ao crime ambiental”, afirmou Cibele.
Outro ponto sob investigação é a logística usada para movimentar as máquinas utilizadas no garimpo. Todos os contratos de locação de escavadeiras, tratores e caminhões foram firmados a partir da cidade de Pontes e Lacerda (MT), que funcionava como um polo de suporte às atividades ilegais.
Segundo o Ibama, mais de 600 equipamentos já foram apreendidos desde 2023 – a maioria destruída e alguns revertidos em doações.
“Queremos entender se esses eventuais laranjas estavam em Pontes e Lacerda ou em cidades próximas, como Nova Lacerda e Comodoro. Isso vai nos ajudar a compreender como funcionava a logística de deslocamento”, detalhou a superintendente.
A investigação também apura a possível participação de empresas de transporte e logística no esquema de movimentação das máquinas.
“O que sabemos até o momento é que as locações eram formalizadas em Pontes e Lacerda. Os documentos apresentados pelos garimpeiros indicam empresas registradas na cidade. Mas todo o trabalho de conexão -desde a aquisição até a locação dos equipamentos – ainda está em fase de investigação”, concluiu Cibele Ribeiro.

 

Fonte: Olhar Direto

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.