A Honda e a Nissan devem cancelar as negociações de fusão, que teria formado a terceira maior montadora de automóveis do mundo, segundo informação de uma fonte, veiculada nesta quarta-feira, 12.
Os valores seriam superiores a US$ 60 bilhões (cerca de R$ 347 bilhões), conforme um memorando de entendimento assinado em 23 de dezembro, para a integração das duas empresas.
Essas negociações visavam a enfrentar a competição crescente de fabricantes chineses, como a BYD. A Honda teria a maior parte do controle executivo do novo grupo, incluindo a nomeação do CEO. Esse fator não agradou à Nissan, que seria uma subsidiária.
A conversa entre Honda e Nissan
No ano passado, ambas as empresas emitiram um comunicado conjunto em que explicaram uma análise detalhada do mercado automotivo global e de suas estratégias de gerenciamento pós-fusão.
No entanto, ainda consideram cooperar no desenvolvimento de veículos inteligentes e eletrificados, “a fim de maximizar o valor das duas companhias”.
Enquanto isso, a Nissan está no meio de processo de recuperação, com planos de demitir 9 mil funcionários e reduzir sua capacidade global em 20%. Com valor de mercado aproximado de US$ 51,9 bilhões (cerca de R$ 300 bi), a Honda tinha preocupações com o avanço do plano de restabelecimento da parceira.
Durante esse tempo, havia também a questão das possíveis sobretaxas de importação promovidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As novas diretrizes poderiam afetar mais a Nissan do que a Honda ou a Toyota.
Influência da Renault e o mercado brasileiro
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A Renault, detentora de 36% das ações da Nissan, influenciou significativamente a decisão de cancelar a fusão. A montadora francesa afirmou estar aberta, em princípio, a uma fusão com a Honda, mas priorizaria os interesses do Grupo Renault e seus stakeholders.
No Brasil, a Nissan depende das vendas do utilitário esportivo compacto Kicks. Em 2024, o modelo esteve entre os dez carros mais vendidos, com 60.437 unidades comercializadas. Já outros, como Versa e Sentra, não tiveram o mesmo desempenho, mas a produção local para exportação fortalece as operações brasileiras da Nissan.
Fonte: revistaoeste