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Home Care em MT: Mais de 150 Pacientes Aguardam Atendimento

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Mais de 150 pacientes aguardam por assistência hospitalar domiciliar (home care) em Mato Grosso, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT). O serviço, indicado para pessoas que dependem de suporte contínuo como oxigênio, sondas e ventilação mecânica, é essencial para garantir qualidade de vida fora do ambiente hospitalar.

Na prática, porém, a demora na análise dos processos tem deixado famílias desamparadas e levado muitos casos à Justiça.

Entre os pedidos em espera está o da bebê Bella Yohana, de dois meses, internada no Pronto-Socorro de Cuiabá. Ela nasceu com uma lesão grave no cérebro e depende de oxigênio 24 horas por dia. A mãe, Marilei Silva Santos, tenta há semanas conseguir a estrutura necessária para levar a filha para casa, mas ainda não teve retorno da Secretaria de Saúde.

“Ela vive acamada, precisa de oxigênio o tempo todo. Se tirar, ela morre. Eu quero ir pra casa, quero tentar ter uma vida, porque hospital não é vida”, contou Marilei.

Desde o nascimento, Bella deixou o hospital por apenas quatro dias. Nesse período, sofreu duas crises de apneia e precisou ser socorrida às pressas. No último domingo (5), chegou a ser levada desacordada para a UPA, e sobreviveu graças à ajuda de familiares. “Eu peguei minha filha praticamente morta nos braços. Peço a Deus todos os dias para não tirar ela de mim”, disse emocionada.

Com apoio da Defensoria Pública, Marilei conseguiu uma liminar para manter a filha internada, mas agora aguarda que o Estado forneça o atendimento domiciliar com equipe médica, equipamentos e insumos adequados. “Meu marido é entregador. O que ele ganha nunca vai dar para montar o quarto que ela precisa. Só a bomba de infusão, que manda o leite e os remédios, custa R$ 4 mil. É uma luta diária”, relatou.

O defensor público Alberto Macedo São Pedro, responsável pelas ações de saúde em Cuiabá, explica que o processo até o início do atendimento domiciliar pode levar meses, mesmo após a decisão judicial. “Desde a procura pela Defensoria até o início do atendimento, o trâmite leva em média dois meses. Há necessidade de laudos, orçamentos e análises técnicas. E, mesmo com a liminar, o bloqueio e pagamento dos recursos públicos ainda demoram”, explicou.

A Secretaria de Estado de Saúde informou que o caso de Bella ainda não chegou oficialmente ao órgão. Segundo a pasta, após o recebimento de uma liminar, o processo passa por avaliação médica, cotação de empresas especializadas e etapas judiciais até o início do atendimento.

Atualmente, 102 pacientes em Cuiabá e 40 em Várzea Grande são atendidos com o serviço de home care custeado pelo governo do Estado. Outros 159 pedidos estão em análise. O atendimento domiciliar é voltado a pacientes que já receberam alta hospitalar, mas continuam dependendo de estrutura semelhante à de um leito hospitalar para sobreviver.

Enquanto espera uma resposta, Marilei segue ao lado da filha no hospital, preocupada com o risco de infecção e com a falta de estrutura da casa onde vive, cedida e com apenas três cômodos. “Nós moramos em uma casa simples, sem quarto adaptado. Mas eu vou fazer o que for possível. Só quero dar uma chance de vida para minha filha. Ela luta todos os dias para respirar. Ela quer viver”, afirmou.

Quem quiser colaborar com a família de Bella pode entrar em contato pelo telefone (65) 99636-3414. A mãe busca ajuda para adaptar o quarto e comprar a bomba de infusão, equipamento essencial para a alimentação segura da bebê.

Fonte: primeirapagina

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