Economia

Haddad afirma que medidas de retaliação comercial do Brasil não impactam a inflação

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O Brasil dispõe de diversas medidas de retaliação comercial contra os Estados Unidos que não geram impacto na inflação nacional, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira (10). Ele destacou que a Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada pelo Congresso em abril, prevê tanto ações não tarifárias quanto algumas elevações tarifárias que não influenciam o aumento dos preços no país.

“Ninguém está falando nisso [em medidas que gerem inflação], por enquanto. Há muitas medidas não tarifárias que podem ser pensadas. Há um rol enorme de medidas que estão sendo estudadas. Tem um grupo de trabalho, conforme eu disse. Nós precisamos de um tempo [para decidir], mas há muitas medidas não tarifárias. Há medidas tarifárias que não impactam a inflação”, explicou o ministro.

Na quarta-feira (9), em resposta às sanções anunciadas pelo governo Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil responderá às medidas americanas com base na Lei de Reciprocidade Econômica. As tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos atingem diretamente os consumidores norte-americanos, mas uma retaliação brasileira com sobretaxas semelhantes poderia pressionar a inflação no Brasil, elevando o custo de produtos importados dos EUA.

Fernando Haddad ressaltou que a Lei de Reciprocidade Econômica foi aprovada com amplo apoio no Congresso, incluindo votos da oposição. Além disso, o ministro afirmou que os canais diplomáticos entre Brasil e Estados Unidos permanecem abertos para negociações que possam superar o impasse.

“Vamos, obviamente, ter um grupo de trabalho para analisar a Lei da Reciprocidade, que foi aprovada com larga margem pelo Congresso, inclusive com setores conservadores da sociedade que defendem a soberania nacional. Enquanto isso, os canais diplomáticos sempre estarão abertos para buscar um entendimento e a superação desse impasse”, declarou Haddad.

Tarifa irracional

Em entrevista a um podcast na manhã de quinta-feira, o ministro qualificou a decisão do governo Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros como irracional e sem fundamentação econômica.

“É uma tarifa que não se justifica sob nenhum ponto de vista, menos ainda do ponto de vista econômico. Os Estados Unidos tiveram um superávit junto ao Brasil, fora a América do Sul, de mais de US$ 400 bilhões nos últimos 15 anos. Então, quem poderia estar pensando em proteção era o Brasil. O Brasil não está pensando nisso”, ressaltou Haddad.

O ministro também comentou brevemente sobre a audiência de conciliação referente ao decreto que elevou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), afirmando que a posição da Fazenda é que o ato é constitucional.

Fonte: cenariomt

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