Uma das coisas mais baratas em Buenos Aires Ă© comprar um plano prĂ©-pago de celular e, nos Ășltimos tempos, ficou facĂlimo fazer a habilitação. Quando estive na capital argentina hĂĄ dois anos, jĂĄ era possĂvel comprar o chip nos kioskos, que sĂŁo pequenas lojas de conveniĂȘncia espalhadas na cidade que vendem de tudo, mas para fazĂȘ-lo funcionar precisei encarar uma fila de quase uma hora em uma loja da Movistar na avenida Santa FĂ©, mostrar o passaporte e fazer um cadastro. Uma novela.
Na viagem que fiz em fevereiro deste ano foi tudo bem mais simples. Dessa vez comprei um chip da Claro em um kiosko em Palermo Soho, que custou 600 pesos, o equivalente a R$ 2,77 (eu havia sacado dinheiro em uma agĂȘncia da Western Union e a cotação em 27 de fevereiro era R$ 1 = 216 pesos, jĂĄ com todas as taxas).
Inseri o chip, liguei para o nĂșmero impresso na embalagem (*234#) e caĂ no site da Claro onde digitei o nĂșmero do passaporte, do meu novo telefone (vai impresso no pacotinho) e o e-mail. Na sequĂȘncia, abriu uma tela onde eu deveria anexar uma foto do passaporte aberto na pĂĄgina dos dados pessoais e uma segunda tela com espaço delimitado para encaixar o rosto e fazer uma selfie. FĂĄcil e intuitivo. Cerca de meia hora depois, veio a mensagem dizendo que a minha conta jĂĄ estava habilitada. Tudo isso no conforto do meu Airbnb.


Entrei, entĂŁo, no site da Claro e comprei um pacote que saiu a bagatela de 3000 pesos que eu paguei com o cartĂŁo Wise (no extrato saiu US$ 3,07). O pacote era de 10GB, 500 minutos em ligaçÔes e duração de 30 dias, mas hĂĄ planos a partir de 310 pesos (ou US$ 0,31), como vocĂȘ pode conferir na foto acima. Em suma, por menos de R$ 20 reais eu tive internet no celular a semana inteira.
CardĂĄpio por QR-Code
Dentre as tantas vantagens de se ter internet na mĂŁo, que a essa altura todo mundo jĂĄ estĂĄ cansado de saber, uma em especial vale a menção: em muitos restaurantes de Buenos Aires o cardĂĄpio sĂł existe no QR-Code. Esse foi um legado da pandemia que muita gente torceu que acabasse, mas que na Argentina nĂŁo deve sair de moda tĂŁo cedo. A inflação galopante no paĂs faz com que os restaurantes reajustem os preços com frequĂȘncia, o que no caso do cardĂĄpio digital fica muito fĂĄcil. NĂŁo Ă© incomum topar com um cardĂĄpio plastificado na entrada do restaurante contendo a descrição dos pratos, mas sem os preços â o QR-Code Ă© que permite saber os valores. Os restaurantes com cardĂĄpio virtual costumam ter wi-fi, mas nessa hora ter internet no celular agiliza bem.
Nos deslocamentos tambĂ©m faz toda a diferença na hora de chamar um carro de aplicativo pelo Cabify ou pelo Didi (Uber vocĂȘ tambĂ©m encontra, mas nĂŁo Ă© legalizado na Argentina). AlĂ©m do Google Maps, vale muito a pena baixar o app CĂłmo Llego, que traz rotas de ĂŽnibus (colectivo), trem, subte (metrĂŽ), bicicleta, carro e a pĂ©. E somente com o celular vocĂȘ consegue liberar as bicicletas compartilhadas da EcoBici (usei menos do que eu gostaria porque as estaçÔes estavam quase sempre sem bikes disponĂveis).
A tempo: o cartão Wise, que deve ser abastecido em dólares para ser usado na Argentina, não foi aceito em todos os lugares e um mercadinho de Palermo me cobrou cerca de mil pesos a mais, uns R$ 4, na hora de pagar as compras. Os cartÔes de débito da Nomad costumam ter maior aceitação.
Fonte: viagemeturismo